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'Blackbird' : drama familiar com elenco de estrelas aborda a morte assistida | 2020

NOTA 8.5

Por Rogério Machado 

O cineasta Roger Michell ganhou notoriedade pelo cultuado 'Um Lugar Chamado Nothing Hill' (1999). De lá pra cá, nenhuma de suas obras foram tão midiáticas quanto o longa estrelado por Julia Roberts e Hugh Grant, mas é possível listar com certa facilidade filmes que mantém o nível de qualidade desse realizador , como por exemplo o recente 'Chá Com as Damas' (2018), documentário com as lendas do cinema Judy Dench, Maggie Smith, Eileen Atkins e Joan Plowright. 'Blackbird', remake americano do longa dinamarquês 'Silent Heart' (2014), é mais um exemplo da sensibilidade de Michell, que extrai todo potencial de seus atores em cena em mais um trabalho que infelizmente não deve chegar ao grande público no Brasil.


No drama, Lily (Susan Sarandon) e Paul (Sam Neil) convocam seus entes queridos para sua casa de praia para uma reunião final depois que Lily decide encerrar sua longa batalha contra a esclerose lateral amiotrófica. O casal está planejando um fim de semana amoroso completo, com as tradições do feriado, -com direito até um natal fora de época -,  mas o clima fica tenso quando questões não resolvidas surgem entre Lily e suas filhas Jennifer (Kate Winslet) e Anna (Mia Wasikowska). Juntando-se à despedida estão o genro de Lily e o filho dele com Jennifer, uma amiga de longa data e a namorada de Mia.

Apesar da temática nublada, em última análise, podemos dizer que a história de Lily revela-se uma história de esperança, amor e celebração da vida. Mesmo cientes dos planos da protagonista, vemos ternura em todo o desenrolar da trama; a câmera despretensiosa de Michell, que parece estar à espreita o tempo inteiro, capta as mais naturais expressões do elenco. É como se estivéssemos acompanhando um reality, onde textos não existem e tudo é guiado pelo improviso. 

'Blackbird', que ainda segue sem previsão de estreia e título nacional em toda sua jornada, nos conta que alguns segredos precisam ser levados para o túmulo, já outros, devem ficar do lado de fora. O filme de Michell é uma história cheia de poesia com tom soturno e paradoxalmente claro , cujo tema polêmico sobre morte assistida acaba ficando para segundo plano se analisarmos a trajetória e não propriamente os fins. O aprendizado acontece durante a caminhada. 


Vale Ver !



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