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Dica Telecine : 'Guerra e Paz' | 1956

Por Rogério Machado 

Liev Tolstói foi  o maior escritor que a Rússia conheceu. Aliás, o autor de obras que são reverenciadas na literatura há décadas e décadas, e reconhecido em todo mundo como um dos maiores que já existiu. Muito além de falar de seu povo e sua realidade, o dono de obras como Ana Karenina e Guerra e Paz, tratou em grande parte de suas obras, de temas ligados ao cotidiano, à política e aos problemas sociais e comportamentais. - A partir de 1870, começou a abordar temas religiosos, principalmente ligados à moral cristã. Em especial hoje, vamos enaltecer uma de suas adaptações de maior sucesso: 'Guerra e Paz', que teve a direção de King Vidor, um cineasta que já colecionava diversos títulos que tiveram enorme repercussão. Porém, nenhuma se compara à grandeza do épico em questão.

A história se passa nos anos que precederam a invasão de Napoleão à Moscou, onde os membros da aristocracia russa enfrentam seguidas  tragédias pessoais somadas ao momento de violência gerado pela guerra. Depois de se reconciliar com seu pai, que morre em seguida, o Conde Pierre Bezukhov (o ícone Henry Fonda), um amigo do príncipe Andrei Bolkonsky (Mel Ferrer), recebe uma grande herança. Quando ele decide se casar, Pierre se deixa levar pelo impulso e imprudentemente escolhe uma maldosa princesa (Anita Ekberg) para estar ao seu lado. Quanto a Bolkonsky, sua esposa morre durante o parto, e logo ele se apaixona por Natasha Rostova (Audrey Hepburn), mas é chamado para a guerra.

Na verdade este filme possui duas histórias distintas e igualmente interessantes: a época histórica na qual narrativa e ação se desenrolam, as guerras napoleônicas; e o seu contexto de produção, em plena Guerra Fria. Em 1959, após algumas visitas entre ambas as potências, incluindo uma visita à Hollywood do próprio Khrushchev (líder soviético no período) e a ida de astros do cinema norte-americano à terra dos sovietes, como Kirk Douglas e Gary Cooper, foi firmado um acordo cultural entre os Estados Unidos e a União Soviética. Como um dos resultados desta “diplomacia cultural”, filmes ocidentais foram exibidos em solo soviético ainda naquele ano, sendo o primeiro deles 'Guerra e Paz', décimo quinto filme da carreira do veterano King Vidor, e estrelando Audrey Hepburn  e Henry Fonda. O filme de Vidor fora lançado em 1956 e tratava-se, na verdade, de uma produção ítalo-americana, gravado em sua maior parte na Itália, coproduzida pela Paramount Pictures e pela Ponti-Di Laurentiis Cinematografica (a última pertencente ao produtor italiano Dino Di Laurentiis.

'Guerra e Paz', ainda que extenso (cerca de 3h e 30 min), não se torna um épico enfadonho. As alternâncias entre as sequências de batalhas - culminando na derrocada de Napoleão - os dramas pessoais e a busca pela paz e felicidade particulares, mantém o bom ritmo, que tem claro,  o brilho de Hepburn, que mesmo dentro de um contexto diferente no que tange à sua coleção de personagens no cinema, protagoniza os 'alívios' em uma produção de narrativa sisuda e densa. O filme, segundo a crítica na época, não logrou êxito ao transpor a clássica obra para as telas, mas ainda sim é uma produção elegante, bem desenvolvida e que atrai principalmente pela sua grandeza. 

'Guerra e Paz' está disponível no streaming do Telecine.  





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