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'Fuja' explora o pavor da codependência tóxica | 2021

NOTA 7.0

Por Karina Massud @cinemassud 

É numa sala de grupo de ajuda para pais com filhos especiais que somos introduzidos à trama de “Fuja”, (que chega em breve via streaming no Brasil) parentes de crianças e jovens especiais portadores de doenças que os impossibilitam de ter uma vida plena. Sarah Paulson vive uma dessas mães, mas ao invés de fazer drama ela passa a imagem de ter uma filha independente e feliz. Algo não cheira bem mas não sabemos ainda o que é. Sua filha Chloe é paralítica e tem vários problemas de saúde, por isso estuda em casa, que fica num lugar isolado de tudo e de todos. Até que um dia a garota faz algumas descobertas sinistras e decide desvendá-las.

Sarah Paulson, como grande estrela que é, carrega o filme com mais uma interpretação de dar medo. Ela é dissimulada, sedutora e ameaçadora com apenas um olhar. Já a estreante Kiera Allen também está ótima como a filha refém de uma situação insana, que em maior ou menor grau, existe aos montes na vida real.

A narrativa toda é permeada por questionamentos acerca dos demônios que carregamos e até que ponto eles podem nos prejudicar e destruir nossa vida. A possessividade e o egoísmo com que supostamente amamos são escancarados da forma mais chocante possível, pois manter o ser amado em uma “gaiola dourada” é uma forma de amar absolutamente torta. É também uma história sobre “não-aceitação” do que é definitivo e o quanto ela aprisiona quem não acolhe o que a vida oferece.

A primeira parte de “Run” (no original) transcorre numa tensão crescente que explode na segunda metade em cenas frenéticas que nos sugam facilmente pro desespero. As sequências de fuga da adolescente paralítica são vertiginosas tanto pela sua limitação física  como pelo isolamento da casa; a luta entre uma vilã e uma mocinha igualmente inteligentes junto da tortura psicológica pesada tornam o filme bacana de assistir. Apesar do plot twist previsível aos espectadores mais atentos, o final traz um toque sórdido que nos deixa com a alma lavada.


Vale Ver !






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