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'Wolfwalkers': animação indicada ao Oscar faz jus aos clássicos do Studio Ghibli | 2021

NOTA 9.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema

O fascínio que uma história provoca não está, necessariamente, no seu conteúdo. Está na maneira que é contada. Como Miyazaki e o “Studio Ghibli” ensinaram, quando a animação é feita para exprimir sentimentos, não apenas para vender bonecos, tudo fica mais bonito. Todos esses elogios cabem a “Wolfwalkers”, animação que concorre ao Oscar, a qual, embora tenha vindo da Irlanda, não tenho dúvidas de que teria a bênção dos japoneses.

Pois o universo mítico de “Wolfwalkers” nos é apresentado com um esplendor visual, especialmente da vida selvagem, que somente vemos em obras como “Princesa Mononoke” e “Meu Amigo Totoro”, um verdadeiro livro de histórias animado, exuberantemente trazido à vida.

Passada em Kilkenny, no século XVII, a animação tem como pano de fundo a ocupação da cidade irlandesa por ingleses. Um contexto de perseguição religiosa importante para nos situar na história de Robyn Goodfellowe, uma jovem inglesa, órfã de mãe, que foi para Kilkenny com seu pai, Bill, um caçador de lobos. Embora Bill tente, com todos os meios que conhece, manter a sua filha longe do perigo, é difícil deixar uma criança curiosa longe de uma floresta encantada. Não vai demorar muito para Robyn desenvolver uma conexão incomum com Mebh, uma jovem que vive como e com os lobos que Bill foi incumbido de exterminar.

Das coisas mais incríveis é como os diretores Tom Moore e Ross Stewart criam um espectro de formas e cores que tornam cada quadro único. Na cidade, as linhas rígidas do autoritarismo estão presentes até na forma como é desenhado o Lorde Protetor, ao passo que, na floresta, no outro extremo, um fluxo de curvas e cores parece manter tudo em constante movimento. “Wolfwalkers” é, além de tudo, uma experiência sinestésica, pois até o cheiro tem vida e cor.

Uma aventura que, fora o deslumbre visual, ainda tem história para contar. Para se aprender algo mais em cada revisitada, como fazemos com os clássicos do “Studio Ghibli”. Porque as melhores obras de arte nunca envelhecem.


Super Vale Ver!




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