Feito com coração, 'Liga da Justiça de Zack Snyder' honra a visão criativa de seu diretor | 2021 - Crítica 2

NOTA 9.5

Por Eduardo Machado @históriadecinema

Não podemos falar de “Liga da Justiça de Zack Snyder” sem antes mencionar todo o drama que quase abortou a sua existência. No início de 2017, quando o diretor Zack Snyder completou uma primeira versão do seu filme, a Warner estava em pânico, havia perdido a fé na visão sombria que Snyder propunha para a Liga da Justiça e, assim, fez o que pode para limitar a sua liberdade criativa. Snyder deixou o projeto antes de sua conclusão e, no final de 2017, nas mãos de outro diretor, o filme foi lançado. Ninguém gostou. Hoje, ao ver o resultado da versão de Zack Snyder, a decisão da Warner de descartar o material de Snyder se mostra ainda mais absurda. Ao tentar antecipar o que público gostaria de assistir e reduzir riscos, eles simplesmente abriram mão de um dos melhores filmes de filmes de super-heróis já feitos.

O filme de Zack Snyder, mais do que uma peça comercial, é feito com o coração. É o amor do diretor pelos personagens que ele admira desde criança, exposto em som e imagens, na forma de cinema. Snyder leva tudo a sério, porque ele realmente acredita naquilo. Desse modo, Snyder não demonstra qualquer interesse em trazer os membros da Liga da Justiça de volta à terra. Em vez disso, ele os trata como deuses. Eles existem aqui como existem na imaginação de crianças nerds que levam os super-heróis tão a sério quanto um cristão leva a Bíblia.

A nova “Liga da Justiça” exala uma sensação majestosa, mais séria, que lembra menos outros filmes da DC ou da Marvel do que a trilogia "O Senhor dos Anéis" de Peter Jackson. Com menos piadas, eles têm espaço para desenvolver a afinidade de forma mais adequada e é incrível como todos eles estão melhores aqui do que em seus filmes solo.

A despeito das 4h de duração, não há cansaço que resista  a um dos filmes de quadrinhos mais fascinantes visualmente já feitos. “Liga da Justiça de Zack Snyder” representa a vitória de uma visão criativa em detrimento de uma jogada comercial covarde. Negócios são negócios, mas quando o negócio é a arte tudo fica mais bonito.

Super Vale Ver!