Ficção Científica e claustrofobia em 'Oxigênio', novo filme Netflix | 2021
NOTA 8.5
Por Rogério Machado
Há pouco mais de dez anos, Ryan Reynolds estrelava 'Enterrado Vivo', um suspense que até repercutiu bem entre o público e a crítica. A ideia de 'Oxigênio', uma produção francesa, mix de ficção e suspense, é exatamente a mesma, com a diferença que no filme de 2010, Reynolds se descobre dentro de um caixão a sete palmos de terra sobre sua cabeça, e aqui a personagem de Mélanie Laurent, está dentro de uma câmara criogênica e do lado de fora está... bem, do lado de fora está o desconhecido.
A trama acompanha a Dra Elizabeth Hansen (Laurent), uma mulher que ao acordar de uma hibernação, descobre que está presa dentro dessa câmara, e por isso deve agir com precisão e calma para conseguir escapar do equipamento que é regido por inteligência artificial, e que atende pelo nome de M.I.L.O (voz do sempre ótimo Mathieu Amalric). Quanto mais o tempo passa, mais Elizabeth fica sem oxigênio e mais diminuem suas chances de sair dali com vida. Ao longo da narrativa, ela tenta relembrar momentos de seu passado para descobrir sua verdadeira identidade e como ela foi parar ali.
As questões em torno do passado da Dra Elizabeth intrigam o expectador através de flash-backs ou pelos vídeos solicitados por ela ao sistema inteligente da câmara. As pistas sobre essa vida pregressa vão surgindo aos poucos a cada nova informação e pontos ligados pela enclausurada. O que sabemos é que existe um vírus que está dizimando milhares de milhares e que o parceiro e marido de Elizabeth estava entre aqueles que teriam sofrido com um martírio diário, até surgir o escape vindo da ciência: debaixo das pesquisas da própria Elizabeth, as câmaras representariam o futuro da raça humana em um novo planeta. Outras surpresas ainda são levados ao público no terço final do filme com respeito à existência da protagonista, mas que claro não revelarei por motivos óbvios.
Mesmo sendo rotulado por alguns como um suspense, eu prefiro dizer que 'Oxygène' (no original) funciona muito melhor sendo encarado único e exclusivamente como o bom e velho Sci-Fi. À partir do momento em que os segredos vão se revelando, se revelam também a bela fotografia e os efeitos aliados à uma trilha sonora marcante, que não ficam devendo em nada para os grandes representantes do gênero.
Sim, é preciso um exercício de paciência para acompanhar o drama inicial de Elizabeth, mas confie, os minutos passam e a história vai se abrindo para o público. A trama é crescente, bem construída, e provoca bons questionamentos sobre o futuro e o lugar da ciência.
Vale Ver!
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