'Os Salafrários', nova comédia nacional Netflix, repete parceria entre Marcus Majella e Samantha Schmütz | 2021
NOTA 6.0
Por Rogério Machado
A dramaturgia brasileira já se apoderou algumas vezes da máxima que diz que o 'mundo é dos espertos' , e o faz mais uma vez, nos caminhos do humor, pelas mãos do diretor Pedro Antônio e do roteirista Fil Braz. 'Os Salafrários', nova comédia original Netflix, mais uma vez reúne Marcus Majella e Samantha Schmütz, dupla que vez por outra está junto seja nos palcos ou nas telas.
A primeira parte de 'Os Salafrários' é promissora: imagine um golpe onde alguém vende o Cristo Redentor no Rio de Janeiro? Ou quem sabe alguém que falsifica obras de pintores famosos para que políticos inescrupulosos usem essas mesmas obras para lavar dinheiro? Pelo primeiro ato, a impressão que se tem é que a narrativa não ficará escorada no humor pastelão da conhecida dupla de protagonistas, que o tom crítico ao velho jeitinho brasileiro e ao nível dos políticos do nosso país seguirá um curso criativo na trama, mas o que se vê a seguir são cenas avulsas para que os humoristas desfiem seus já conhecidos trejeitos e maneirismos que povoam seus personagens.
Ainda que a expectativa do público que acompanha os humoristas seja vê-los em ação, temo dizer que até nisso o longa tende a decepcionar. Com exceção de algumas poucas sequências razoavelmente cômicas, a interação entre os personagens reprisa uma receita já levada à exaustão no trabalho dos atores, e assim, salvam-se apenas as piadas mais ácidas salteadas no texto de Fil Braz. 'Os Salafrários' tinha potencial para ir mais além - ainda mais num momento como esse - mas preferiu habitar no lugar comum do humor vazio, onde nem o carisma da estrelada dupla conseguiu mudar o curso das coisas.
Vale Ver Mas Nem Tanto!
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