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Uma viagem divertida pelo conflito de gerações em 'A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas' | 2021

NOTA 8.5

Por Eduardo Machado @históriadecinema 

Imagine se os produtores de “Os Incríveis” tivessem um pouco mais de liberdade criativa? Pensou? Agora assista a “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” e pense na pergunta. A animação da Sony adquirida pela Netflix é tudo isso sim! Mesmo quase um ano antes da definição dos indicados, me arrisco a dizer que tem todas as credenciais para estar no Oscar 2022.

O filme discute duas questões importantes, que, aqui, estão interligadas. A primeira, bastante recorrente no cinema, está no crescimento das crianças e como pais e filhos lidam com o conflito geracional. A segunda questão é como esse conflito de gerações é potencializado por nossa atual dependência da tecnologia. Os dois pontos são muito bem amarrados para contar a história de Katie Mitchell, uma adolescente aspirante a cineasta que, sempre conectada nos aparelhos eletrônicos, não consegue criar a mesma conexão com o pai.

A crítica explícita à dependência de eletrônicos pode soar incoerente vinda de um filme oriundo da parceria Sony/Netflix, dois dos maiores responsáveis pela nossa alienação. Mas o filme lida bem com isso, com muito bom humor. Afinal, quando sua barriga está doendo de tanto rir, os problemas não existem mais.

O ritmo é dinâmico e lembra o também produzido pela Sony “Homem-Aranha no Aranhaverso”, especialmente pela linguagem moderna, que inclui emojis saltitantes e a ótima trilha sonora contemporânea. Um filme bastante atual, que, porém, não deixa de fazer a sua crítica ao mundo a que pertence.

Mas a mão que bate também acaricia e o filme enaltece os benefícios da tecnologia, quando esta é usada, evidentemente, com a necessária parcimônia. Afinal, sem internet, no meio de uma pandemia, quem teria acesso a um filme desses? Quem leria as minhas críticas? Basta pensarmos que a internet deve nos aproximar e não nos dividir e, assim, tudo ficará mais fácil. A pandemia ensinou que a tecnologia pode ajudar, mas a lição que aprendi é que um bom abraço é insubstituível.


Vale Ver!



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