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Com 'Maligno', James Wan retorna às origens em grande estilo | 2021

NOTA 9.0

Por Rafa Ferraz @issonãoéumacrítica 

Após um acontecimento trágico, Madison (Annabelle Wallis) passa a ter visões de assassinatos que podem estar ligados a um mistério de seu passado. É altamente recomendável que nada além dessa breve sinopse seja dito ou mostrado, e para completa imersão é necessário o maior desconhecimento possível da história. Embora estejamos vivendo tempos em que trailers mostram mais do que deviam, em Maligno esse problema se acentua uma vez que os pontos de virada são determinantes para o envolvimento necessário desde os primeiros minutos de rodagem.

No retorno ao gênero que o projetou, James Wan consegue aliar a atmosfera de seu já conhecido universo sobrenatural com diversas referências do horror, em especial com os ‘giallos’ italianos. Sem dúvida o trabalho com referências é uma aposta arriscada, mas Wan consegue imprimir originalidade dando equilíbrio ao enredo, em alguns momentos sendo expositivo, com um ótimo uso do ‘gore’ e sustos bem colocados, e em outros apenas sugerindo, seja através de sombras e cores ou de flashbacks que contribuem para a progressão narrativa.

Outro artifício muito bem utilizado pelo diretor é a forma com que movimenta a câmera e sua escolha de enquadramentos. Destaque para os ‘travellings’ em cenas internas que dão um tom dinâmico a narrativa, despertando o senso de urgência proposto, algo muito condizente com o roteiro que apresenta pausas, em alguns momentos até arrastadas, principalmente no segundo ato, mas necessárias para potencializar as sequências de ação e revelação, momentos esses muito presentes no terceiro ato. A câmera também faz um trabalho eficiente ao dar destaque a protagonista com ‘close-ups’ que evidenciam o estado de alerta e a confusão mental de Madison, cuja interpretação de Annabelle Wallis entra para uma das melhores de sua carreira.

Como já dito, 'Maligno' é uma grande mistura de sub-gêneros, - mas ao utilizar essas referências em conjunto com suas próprias obras -, e portanto se auto-referenciando, James Wan cria algo novo, capaz de assumir diversas camadas, do texto ao sub-texto, dessa forma podendo nos fazer refletir sobre os males e segredos que suprimimos, mas que cedo ou tarde se manifestam, assim como nos faz acompanhar uma tradicional história de assassinato e mistério. 


Super Vale Ver!



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