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'Finch' - Tom Hanks e o amor por um cão e um robô no fim do mundo | 2021

NOTA 8.5

Por Karina Massud @cinemassud 

O mundo acabou, e dessa vez foi porque conseguimos destruir de vez com a camada de ozônio que nos protegia, e a Terra atingiu temperaturas insuportáveis. Os únicos sobreviventes foram o cientista Finch e seu cachorro, que vivem num abrigo subterrâneo auto-sustentável. Essa é a trama básica do novo filme de Tom Hanks para a Apple TV +. E não, ele não é mais um filme de tragédia com o ator, pois apesar de reunir muitos clichês – desastre climático, cachorro e robô como únicos companheiros, jornada de sobrevivência e amadurecimento - eles funcionam com excelência e nos proporcionam entretenimento de qualidade.

Finch está doente e por isso construiu um robô hiper inteligente com a importante missão de cuidar de seu cachorro quando ele não estiver mais lá. Aos poucos vamos conhecendo alguns detalhes da sua vida passada e presente, do cãozinho e do robô que ainda é um bebê  e está aprendendo tudo da vida, emoções, sentimentos e coisas práticas. As atuações incríveis de Tom Hanks, de Caleb Landry Jones (que faz a voz do robô) e do fofíssimo cão Goodyear dão ainda mais brilho à essa família diferente e simpática. Os três criam laços de afeto cada vez mais fortes cruzando os EUA e  tentando sobreviver às adversidades, mas também desfrutando de belezas da natureza como a aurora boreal. Nosso coração se aquece e torcemos pra que eles consigam visitar todos os lugares dos cartões postais de Finch: São Francisco, Los Angeles, Nova York, Egito, etc.

A direção é de Miguel Sapochnik, (de “Game of Thrones”), que acerta tanto nas cenas insanas de ação  - dos protagonistas fugindo da tempestade de areia - como nas lindas cenas de ternura entre os amigos. Ele é detalhista e bastante sentimental, o que, aliado aos ótimos efeitos especiais e músicas de primeiríssima, encantam e tocam fundo na alma.

Essa não é uma ficção para alertar pro desleixo que levou a humanidade a se destruir, o roteiro é simples e foca na relação  entre os personagens; é um filme sobre família, amor e companheirismo. A trama é lindamente triste, especialmente aos cachorreiros que tem seus filhos de quatro patas como parte da família.  Finch ensina o robô não só a sobreviver, mas principalmente a cuidar e amar Goodyear como se fosse um filho.

A comparação com “Náufrago” (2000) será inevitável, visto que lá o único amigo de Hanks é a bola de vôlei Wilson e aqui o cachorro batizado de Goodyear (aquela marca de pneu). “Finch” não será tão memorável quanto “Náufrago” porque tem elementos já bastante requentados de vários filmes famosos (“Eu Sou a Lenda”, “Wall-E”), mas certamente agradará muita gente, inclusive esta que vos escreve, que chorou piscinas com a trajetória desses três personagens que, juntos e com muito pouco, aprenderam a ser felizes em meio ao caos.


Vale Ver!




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