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'King Richard: Criando Campeãs' - A inspiradora trajetória sobre um sonho e como torná-lo realidade | 2021

NOTA 7.5

Por Rafa Ferraz @issonãoéumacrítica 

Seguindo o método de treinamento que ele próprio desenvolveu e lutando contra todas as adversidades que uma família com poucos recursos poderia encarar, Richard (Will Smith) se dedica de corpo e alma a treinar suas filhas Venus (Saniyya Sidney) e Serena Willians (Demi Singleton). Em uma trajetória de superação e coragem, Richard irá enfrentar dilemas e repensar seus valores até alcançar o tão sonhado sucesso e reconhecimento.

Cinebiografias quase sempre tem grande visibilidade na indústria cinematográfica, especialmente na temporada de premiações. Seja por evocar histórias inspiradoras ou exaltar determinada personalidade de importante relevância histórica, não há como negar que narrativas com essa forma dão toda a estrutura necessária para um encaminhamento ao que se convencionou chamar de “Oscar Bait”, ou, para melhor entendimento, um longa que faz uso de certas fórmulas para agradar determinado grupo com representatividade nas escolhas das nomeações. Isso não é necessariamente ruim, uma vez que temos bons e maus exemplos de tentativas como essa, e muito embora 'King Richard' apresente um saldo final positivo, ele também possui o melhor e o pior que essa fórmula tem a oferecer.

Tecnicamente o filme segue as mesmas batidas dos dramas esportivos tradicionais, com muito dinamismo na montagem de cenas de treinamento e preparação, além de uma maior dramaticidade com a proximidade de um grande evento final e decisivo. Com muita câmera no rosto e diálogos voltados a enaltecer a personalidade de seu protagonista, o filme dá o devido destaque a interpretação de Will Smith, cuja performance figura entre as melhores de sua carreira. 

Sem apelar a excentricidades ou maneirismos, Smith entrega uma atuação extremamente rica em expressões que acompanham tanto suas falas quanto seus momentos de silêncio, ambos de igual importância já que muito do que quer dizer nem sempre está contido em suas palavras. Aqui vemos um homem cheio de convicções externadas, mas uma dura carga de dúvida sobre seus métodos vindo de todos os lados, inclusive dele mesmo. Essa ambivalência está contida em seus olhares, seu caminhar, na forma com que gesticula, dando assim camadas e as complexidades necessárias para o engajamento emocional, porém esse vínculo afetivo almejado tem seus excessos.

Muito dos monólogos soam artificias e de caráter única e exclusivamente motivacional. Dito de forma pouco orgânica e com frases de efeito sempre presentes, muito pouco soa como algo que seria dito na vida real, proposta que pode até se justificar com a necessidade de falas de grande impacto que elevam alguns diálogos, mas eles perdem o efeito ao longo da rodagem já que são demasiadamente frequentes e por vezes superficiais, tornando o andamento da história pouco plausível e convincente. 

Mesmo não havendo espaço de desenvolvimento para as demais filhas de Richard (são cinco no total), por motivos óbvios, já que o direcionamento é para Venus e Serena, as sequências em que a família está reunida funciona como um arco próprio e convence como unidade. Destaque também para a personagem da matriarca Oracene (Aunjanue Ellis), que ganha maior espaço na segunda metade e, servindo de contraponto, protagoniza um diálogo de grande impacto, o melhor de todo o filme.

'King Richard: Criando Campeãs' definitivamente tem potencial para ser lembrado não só nas premiações, mas entre o público que provavelmente vai se emocionar com essa história de duas das mulheres mais bem sucedidas da história do esporte, e de seu pai, que apesar de tudo provou ao mundo o que é possível quando se tem um sonho e se acredita com a força necessária para torná-lo realidade.


Vale Ver!



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