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'Mais que Amigos' : uma homenagem ao cinema em um divertido filme LGBTQ | 2022

NOTA 8.0 

Por Rogério Machado 

O fraco desempenho nas bilheterias americanas e a rápida passagem pelos cinemas brasileiros, mesmo com um grande estúdio por traz, Universal Pictures, mostra que ainda há um longo caminho a se percorrer em se tratando de filmes LGBTQ. Apesar de muitos ainda encararem esse tipo de produção como um projeto de nicho,  não necessariamente isso dita a qualidade de  'Mais que Amigos',  do cineasta britânico Nicholas Stoller, que é tão divertido quanto inteligente, e que ainda sustenta representatividade desde o elenco escolhido. 


A história acompanha uma improvável amizade entre dois homens bem diferentes que aos poucos se apaixonam. Em uma noite qualquer, Bobby Leiber (Billy Eichner) cruza o olhar de Aaron (Luke Macfarlane) numa boate lotada de homens que exibem seus músculos. E assim, os
 dois começam a conversar sobre a insipidez dos gays do clube que os cercam. Aaron é um advogado corporativo, mas não tem contato algum com a cultura queer e a política - fazendo com que Bobby duvide seriamente se Aaron é realmente gay. Inicialmente, não há exatamente muita química ou conexão entre os dois, exceto pelo cuidado com que tratam um ao outro. Mas à medida  que o tempo passa, os dois acabam se abrindo, contando sobre suas rotinas , aspirações e vulnerabilidades. 

Bobby não tem reservas com sua sexualidade, já Aaron tem dificuldade em se assumir. Mas felizmente o roteiro do próprio Eichner, que aqui divide o posto com Stoller, não trata dessas diferenças. A proposta é amplificada pela discussão do formato em si, de como por exemplo  a indústria cinematográfica trata grande parte dos romances e histórias entre iguais. Pra ter apelo midiático, será mesmo que o cinema LGBTQ terá que ostentar trajetórias de sofrimento e punição? Porque grandes filmes no subgênero não podem assumir desenvolvimentos solares ou mesmo apostar nas sempre bem vindas comédias românticas?  Pra ter sucesso precisa se tratar de um homem e uma mulher? 

'Mais que Amigos' brinca com essas questões e consegue sua própria comédia romântica gay, que flerta com o besteirol sem soar ofensivo. Ainda sobra tempo para algumas 'cutucadas' na indústria cinematográfica, citando um 'tal filme de cowboys gays' e a velha polêmica sobre usar atores héteros para fazer homossexuais no cinema. Mas nem só de alfinetadas vive o longa de Stoller,  que usa essa crítica aos estereótipos para fazer uma bela homenagem ao cinema, com infinitas referências, em gêneros dos mais diversos. 



Vale Ver!



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