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'Os Fabelmans' : filme é uma linda imersão nas origens do gênio Steven Spielberg | 2022

NOTA 10

Por Karina Massud @cinemassud 

“Filmes são como sonhos que você nunca esquece”: é com essa máxima que o garoto Samuel Fabelman se torna cinéfilo, e segue com essa paixão que o transforma em diretor, na verdade em um cineasta, com estilo e assinatura próprios. A lenda viva do cinema Steven Spielberg, que tanto nos tem encantado com sua magia,  traz o seu sonho de infância para o público, lançando um olhar  intimista sobre o seu passado em “Os Fabelmans”.

Sam Fabelman, o alter ego de Spielberg, é um garoto de típica família classe média americana do pós Segunda Guerra, a mãe é dona de casa e o pai engenheiro. Um dia levam o menino pra ver o longa  de Cecil B. DeMille “O Maior Espetáculo da Terra”, onde a cena da colisão de um carro com o trem do circo vira o divisor de águas de sua vida : ali começava uma história de amor. Tudo que Spielberg viveu o inspirou em suas obras. Entre jantares de família, divertidas noites acampando, a crise conjugal de seus pais, o antissemitismo e o primeiro amor,  a narrativa vai passeando pelas fascinantes descobertas cinematográficas de Sam, os sets de suas filmagens, a produção de efeitos visuais caseiros, a direção dos atores e a montagem das obras – tudo simples mas já com ares de genialidade.


Atualmente há uma forte tendência de diretores contarem suas histórias de vida em longas; “Roma”, “Apollo 10 1/2”, “Belfast”, são alguns belos exemplos. E agora é a vez de Steven Spielberg, que com essa obra catártica se desnuda através de suas memórias; fazendo também uma homenagem ao cinema, a arte que inebria cinéfilos que sempre esperam pela próxima emoção. O filme nos inspira a acreditarmos nos nossos sonhos e arranca lágrimas com cenas delicadas e outras engraçadas, mas sem qualquer exagero melodramático.

O elenco é espetacular e à altura da importância dos personagens, Michelle Williams brilha como a mãe que abriu mão de sua carreira artística pela família, ela cria os filhos de forma leve e lúdica, e é a que mais aplaude os filmes de Sam. Paul Dano, também numa performance extraordinária, é o pai pragmático mas amoroso, que não entende por quê o filho quer ser diretor de cinema ao invés de engenheiro. Seth Rogen, que o público está acostumado a ver em comédias besteirol, está ótimo como o melhor amigo da família, presente em todos os momentos e também incentivador do diretor iniciante. O filme traz mais uma vez a parceria de Spielberg com o mestre John Williams na trilha sonora, enriquecendo uma narrativa que já é preciosa por si só.

Num conjunto de obra tão magnífico e prolífico quanto é o de Spielberg, é desafiador escolher uma ou duas para classificar como melhores, pois cada uma tem sua grandeza, “Tubarão”, “E.T.- O Extraterrestre”, “A Lista de Schindler”, “A Cor Púrpura”, “Lincoln” e “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, só para citar as minhas favoritas. O fato é que “Os Fabelmans”, apesar de recente, sem dúvida irá figurar no topo da lista de filmes do cineasta tão geniais quanto emocionantes.

A sequência final do longa retrata um encontro fundamental que mudará a vida de Sam (atentem para uma participação especialíssima) e que culmina num final apoteótico. O resto é história, a crônica de um dos maiores cineastas de todo os tempos: Steven Spielberg.







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