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'Desejo Proibido' : longa traz astro de “365 Dias” em mais um drama erótico | 2023

NOTA 5.0

Por Karina Massud @cinemassud 

Um filme “soft porn”  é um longa com ares de drama pontuado por um erotismo mais elegante do que o de filmes pornográficos;  as cenas de sexo e nudez não são explícitas, há romance, alguns fetiches e envolvimento emocional dos personagens, o que talvez excite muito mais o espectador do que pornografia pesada, principalmente o público feminino pro qual essas produções são em teoria voltadas. Eu os rotularia como “contos-de-fadas picantes”.

Desde sucessos antigos como “9 1/2 Semanas de Amor”, “Instinto Selvagem”, “De Olhos Bem Fechados”, “O Império dos Sentidos”, “Emmanuelle”, “O Último Tango em Paris”, para citar alguns, o gênero andava sumido das telonas, tendo ressuscitado com força total com a franquia de sucesso baseada no best-seller homônimo “Cinquenta Tons de Cinza”. Assim os estúdios perceberam haver uma demanda por filmes eróticos e resolveram seguir essa trilha, nem sempre com o mesmo êxito; vale lembrar da  trilogia da  Netflix, “365 Dias”, que, apesar de vexaminosa, é um fenômeno de popularidade. O primeiro filme de 2023 nessa vertente é “Desejo Proibido”. Força caro leitor, pois devem vir mais adiante.

A trama gira em torno de Maks, um italiano lindo e sexy que está de passagem pela Polônia, e que, para ajudar um amigo que é réu num processo, resolve seduzir Olga, a juíza do caso, uma viúva  carente que rapidamente cai de encantos por ele. Só que o que era pra ser um golpe se transforma numa paixão avassaladora, com vários empecilhos a serem transpostos: uma ex-namorada, um triângulo amoroso, preconceitos e chantagens.

Simone Susinna, que incendiou plateias na franquia “365 Dias”, aqui vive o galã instrutor de esportes radicais Maks - uma grande semelhança com seu trabalho anterior. Ele é insípido dramaticamente mas lindo e sedutor até o osso, ponto bem explorado com closes do seu corpo milimetricamente esculpido, do seu rosto anguloso e olhares libidinosos. Há ótimas cenas dele praticando paraquedismo e parapente em praias paradisíacas - a beleza do filme está focada nesse  corpo  e nessas locações.

A direção é de Tomasz Mandes, que roteirizou e codirigiu “365 Dias”, porém aqui ele se esmerou em um longa ainda pior, pois não conseguiu dar a menor coesão à história. A cena de sexo inicial é boa, no padrão de novela das nove, e deixa a impressão que o restante da trama seguirá assim, porém as demais cenas tórridas são cansativas e não fogem dos clichês: sexo na mesa do escritório, na areia da praia ou depois de uma briga. O drama mãe e filha não funciona, nem os dilemas emocionais dos personagens. Uma hora a insuportável vilã parece estar brava com a mãe, em outra compreensiva, noutra sarcástica e vingativa, é risível. 

O tórrido romance entre o pobretão irresistível e a mulher bem-sucedida e quinze anos mais velha é uma premissa batida que, se bem desenvolvida, funciona e agrada bastante, porém em “Desejo Proibido” ela não deu minimamente certo. Um filme desprovido de qualquer tipo de tesão ou apelo narrativo. Assista por sua conta e risco. 





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