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'Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan' : nova adaptação acerta em cheio no balanço entre aventura e bom humor | 2023

NOTA 7.5

Por Marcello Azolino @pilulasdecinema

É uma grata surpresa quando um filme de aventura consegue resgatar aquele subgênero cinematográfico de espadachins com ação bem equilibrada e uma história satisfatoriamente coesa. No caso da mais nova adaptação francesa dos Três Mosqueteiros, não só o diretor Martin Bourbolon confere pulso para as cenas de combate de espadas como também dá vazão a um roteiro cheio de diálogos bem humorados e inteligentes. E é este balanço entre a aventura e o bom humor que é determinante para o sucesso desta obra.

Focada no protagonista D’Artagnan (François Civil), a narrativa consegue estabelecer de primeira o espírito destemido do personagem ao desafiar para duelos, logo de cara ao chegar em Paris, os três mosqueteiros do Rei Luis XIII : Athos (Vincent Cassel), Aramis (Romain Duris) e Porthos (Pio Marmaï). Com uma cena de ação freneticamente bem filmada na floresta em uma espécie de ballet quase sem cortes com a câmera, o diretor Bourbolon opta por uma abordagem mais moderna no estilo de retratar as lutas espadachins. D’Artagnan conquista os três com o seu carisma e performance com a espada, o que acaba os levando até uma Taverna regada a álcool em uma cena que consegue com eficiência pintar as características de personalidade de cada um dos mosqueteiros.

Paralelamente a isso, acompanhamos a dinâmica matrimonial do Rei Luis XIII (Louis Garrel) com sua esposa Anne d’Autriche (Vicky Krieps), que mantem paralelamente um caso extraconjugal com o Duque de Buckingham (Jacob Fortune-Lloyd). De pano de fundo, temos um Cardeal Richelieu (Eric Ruf) manipulando a Corte e que aqui é retratado com timidez e pouco tempo de tela e a importância da Dama de Companhia de Anne, que acaba virando interesse amoroso de D’Artagnan e encontra graça na simpatia da atriz Lyna Khoudri.

Nesta engrenagem de relações tensionadas pelos conflitos entre os católicos franceses e os protestantes britânicos, surge na história a Milady de Winter, que encontra materialização na figura magnética da atriz Eva Green, numa composição igualmente sexy e fatal. Milady é a antagonista da história e enriquece a trama ter uma figura feminina tão forte para desafiar os Mosqueteiros e uma penca de personagens predominantemente masculinos.

Concebido para ser uma história em duas partes, 'Os três mosqueteiros : D’Artagnan' estreou agora nos cinemas e sua continuação denominada 'Os Três Mosqueteiros : Milady' deve chegar em dezembro de 2023. As duas obras foram filmadas simultaneamente e são diretamente conectadas pelo gancho ao final do primeiro capítulo, que ainda traz uma cena pós crédito.

Foram inúmeras as adaptações para o cinema do livro do escritor Alexandre Dumas ao longo das últimas décadas, porém este par de filmes traz uma proposta modernizada e estilizada para honrar o legado de uma das obras literárias francesas mais cultuadas no mundo e ainda de quebra traz a nata do cinema francês com um elenco talentosíssimo e afiado. É filme europeu com pinta de Blockbuster!





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