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'Magic Mike: A Última Dança' : Channing Tatum se despede do personagem que ajudou a projetar sua carreira | 2023

NOTA 4.5

Por Rogério Machado 

Sequências... sequências... ah as sequências! Já não bastasse sofrerem com o  natural descrédito geral da cinefilia por tantos títulos subsequentes desnecessários ao longo dos anos, algumas perdem muito ao optar por ressignificar tramas simples (dentro da proposta entretenimento por entretenimento) que em geral funcionam muito bem dentro de um filme solo. 'Magic Mike' pode não ser considerado um bom exemplo de abertura de franquia, mas o filme que chegava aos cinemas em 2012 sob a direção de Steven Soderbergh ('Sexo, Mentiras e Videotape'-1989) ao menos guardava alguma novidade, senão pelo roteiro ao menos pela curiosidade do público em ver um elenco de homens bonitos em trajes menores dançando para melhorar a vida, deles e dos outros. 


Nesse terceiro filme, Mike (Channing Tatum), afastado dos palcos depois dos efeitos da pandemia, sobrevive trabalhando como bartender em festas na Flórida. Certo dia, em um evento  beneficente da classe alta de Miami, ele se depara com a socialite Maxandra Mendoza (Salma Hayek), que fica sabendo da vida pregressa de seu bartender e, após um dia exaustivo, oferece-lhe dinheiro para que ele dance para ela. Inicialmente reticente, Mike topa dançar não tanto pelo dinheiro, mas porque sentiu que ela realmente precisava de companhia. Extasiada com o que experimentou com Mike, Maxandra decide patrocinar sua carreira, levando-o consigo para passar um mês em Londres, mesmo sem lhe dizer no que ele irá trabalhar. Sem nada a perder, Mike decide mergulhar nessa nova aventura.

O mote desse terceiro projeto reside não só na reinvenção da história pessoal de Mike, mas também na  reestruturação  de um clássico dos palcos, 'Isabel Ascendant', que para os moldes de hoje soa misógino e machista. Esse é o alvo de Maxandra, que junto com isso planeja uma espécie de vingança contra seu ex marido que a traiu com uma assistente. É na construção da releitura desse espetáculo onde o maior problema de 'Magic Mike: A Última Dança' se apresenta: não há nenhuma conexão convincente entre o clássico com a revolução que Mike e Max planejam através do já conhecido streep-tease e das danças sensuais de belos rapazes com peitos desnudos. 

Outro despropósito na produção também sob a batuta de Soderbergh - que retorna ao posto nessa última incursão - é investir no romance entre os protagonistas. Em tempo algum essa relação move o público e nem é capaz de nos fazer torcer pela evolução do casal. É deprimente ver uma atriz do quilate de Hayek em um papel nada inspirado, que está ali como uma espécie de escada para Channing Tatum mostrar seus já conhecidos dotes como dançarino. 

'Magic Mike: A Última Dança' estreou nos cinemas americanos em fevereiro  desse ano e por aqui chega direto ao streaming da HBO Max. Há que se compreender essa escolha, uma vez que o filme teve má divulgação mundo afora e não foi bem recebido pelo público mesmo com o carisma de seu protagonista.  Tatum inclusive já revelou que essa é realmente sua última participação no projeto, afirmando que 'tudo já foi mastigado até o osso'. É certo que essa franquia já foi longe demais. Até demais. 







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