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'Uma Fada Veio Me Visitar' : comédia inspirada em livro de Thalita Rebouças é filme-homenagem à Rainha dos Baixinhos | 2023

NOTA 7.0 

Por Rogério Machado 


Há cerca de mais de dez anos estreava 'Xuxa em O Mistério de Feiurinha' nos cinemas, o último filme de Xuxa Meneghel nos cinemas, depois de trilhar um caminho de sucesso nas telonas com inúmeros filmes que se eternizaram dentro da cultura pop. Tendo Os Trapalhões como padrinhos, Xuxa foi introduzida no universo cinematográfico de Didi e sua turma, universo esse que foi febre nos anos 80 e que lotavam as salas de cinema. Já no final da década e início dos anos 90 o bastão ficou com a já consagrada Rainha dos Baixinhos na televisão, elevando a jovem apresentadora ao posto de estrela de primeira grandeza não só na tevê como também no cinema. 

'Uma Fada Veio Me Visitar' que estreia nessa quinta-feira nos cinemas, traz uma Xuxa madura e consciente do papel que exerce na sociedade. E é justamente essa maturidade, que se contrapõe com o espírito esfuziante da personagem, é que é  a cereja do bolo nessa trama que tem como base um livro da consagrada escritora juvenil Thalita Rebouças.

Na comédia seremos apresentados a jovem Luna (Tontom Perissé), que está em semana de provas e preocupada com as frequentes notas vermelhas. Ela tem o desejo de ser popular na escola e tem uma grande concorrente, Lara (Vitória Valentin). As duas são rivais e se odeiam, e essa é justamente a missão de Tatu (Xuxa Meneghel), uma fada júnior que está congelada  há quase quatro décadas por ter cometido um grande erro e precisa fazer as duas se tornarem amigas para que seja perdoada no mundo das fadas, ou então serão mais 35 anos dormindo novamente.  Enquanto Tatu tenta se adaptar aos tempos atuais, percebe que os problemas da adolescência continuam os mesmos de sempre.

As histórias de Thalita Rebouças sempre tiveram muito apelo com o público juvenil e dessa vez a escritora, mesmo mais uma vez voltada a esse mesmo público revela que a novidade reside no elemento fantasia, que não só atrairá adolescentes mas também crianças. É certo que a carta coringa aqui é  Xuxa, que levará aos cinemas uma infinidade de fãs que lotaram as salas nos anos 90, e que felizmente não sairão decepcionados. Contudo, ainda que nitidamente celebrando a imagem da Rainha, o roteiro desconstrói a figura de heroína que Xuxa sempre encarnou em seus filmes e nos introduz uma Xuxa que, mesmo dentro de um personagem traça um paralelo com sua carreira, porém tirando sarro de si mesma, e esse é o trunfo que traz o filme para o campo da comédia, e comédia das boas, claro que pensando nesse nicho de público.

Referências a Boy George, Madonna, Clara Nunes, Angélica, Cindy Lauper e da própria Xuxa, inclusive com trechos de suas músicas, inevitavelmente criam um clima de nostalgia ao passo que também provoca um engraçado choque de gerações, já que sua missão envolve uma garota de 16 anos. Xuxa demonstra carisma e naturalidade, revelando um lado cômico que eu desconhecia. Ainda que os dilemas da jovem Luna, que vão de bullying a etarismo, se diluam de maneira rasa, todo o resto e as risadas que o filme nos proporciona valem a sessão. Os 90 voltaram e a estrela de uma geração está em plena forma. 



 





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