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Wes Anderson imprime seu estilo característico em 4 curtas baseados nas obras de Roald Dahl | 2023

Por Marcello Azolino @pilulasdecinema


Recentemente, Wes Anderson lançou seu Longa Metragem Asteroid City, que acabou trazendo mais do mesmo em relação à sua filmografia e que há alguns anos parece patinar em termos de inovação em relação ao formato que ele criou para dirigir e contar suas histórias. O que se ouve bastante é que Anderson se tornou uma paródia de si mesmo, preso às estruturas narrativas e estéticas que o identificam no mercado.

A Netflix adquiriu por um bilhão de dólares o portfólio do escritor britânico Roald Dahl (1916-1990), lançou já adaptações de sua obra como 'Matilda' e produzirá em breve uma série baseada no mundo de 'Willie Wonka e a Fantástica Fábrica de Chocolate' sob o olhar do genial Taika Waititi. Mas foi para Anderson que a Gigante do entretenimento concedeu a tarefa de adaptar 4 short stories de Dahl no formato de quatro curtas-metragens trazendo sua abordagem única para histórias tão excêntricas quanto pitorescas.

Na primeira incursão do diretor na coleção de curtas, 'A incrível história de Henry Sugar' (2023), Benedict Cumberbatch e uma penca de artistas do quilate de Ben Kingsley e Ralph Fiennes exploram a história de Henry Sugar, um ricaço que adquire um livro misterioso que traz o relato de um homem guru que conseguia enxergar sem os olhos, apenas com o poder da mente. Sugar decide buscar esta habilidade para lucrar com esta e adquirir mais patrimônio ao trapacear em jogos de cartas. A obra de 39 minutos estreou oficialmente no Festival de Veneza deste ano e é a melhor da coleção.

As outras três histórias são 'O Cisne', sobre um garoto com sofre bullying de valentões com o ator Rupert Friend , 'Veneno', sobre a curiosa história de uma serpente que entra dentro do pijama de um homem que fica paralisado na cama, e 'O Caçador de Ratos', a mais bizarra e inventiva de todas as três, em que Ralph Fiennes é um apanhador de ratos e ensina a dois homens suas técnicas pouco usuais para capturar roedores. Cada um dos curtas tem 17 minutos.

As histórias brincam com linguagens cinematográficas como a quebra da quarta parede ao colocar Ralph Fiennes como um alter ego de Roald Dahl se dirigindo ao público com suas contextualizações ou Dev Patel declamando partes narrativas e descritivas do roteiro literalmente.

A estrutura dos curtas é bastante cênica com mudanças de cenários montando e desmontando aos olhos do público, o que pode ser um respiro em tempos de overdoses de CGI. Fora isso, todo o arsenal de linguagem visual costumaz de Anderson está presente na coleção de histórias. Não foi ainda dessa vez que Wes Anderson trouxe algo disruptivo em sua carreira, mas certamente a linguagem dos contos de Dahl se adequam ao que o diretor se propõe a fazer aqui, trazer um universo exótico e peculiar para quem é fã de ambos os artistas.



A Incrível História de Henry Sugar  

O Caçador de Ratos

Veneno

O Cisne













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