PiTacO do PapO ! 'Nise - O Coração da Loucura' - 2016
NOTA 10
Quando me deparo com uma cinebiografia grandiosa quanto a da renomada psiquiatra Nise da Silveira, a primeira pergunta que me vem a mente é : Porque não contaram essa história antes ?
Graças aos deuses da sétima arte , o trabalho e a descoberta dessa alagoana forte e sensível chegou ao conhecimento do grande público. O cinema tem esse poderoso alcance, e produções desse nível nos enchem de esperança com relação ao que pode estar vindo por aí ... quantas belas histórias ainda hão de ser contadas? Quantos brasileiros fabulosos ainda estão no anonimato esperando produções como essa para ter suas memórias resgatadas?
'Nise - O Coração da Loucura' é (digo sem medo de ser exagerado) uma das mais ricas produções do gênero , não somente pela personalidade escolhida , mas também por todos os acertos que a obra traz com ela.
A história começa após ela ter sido presa por seu envolvimento com o marxismo e ter se afastado de sua profissão por cerca de dezoito meses, e ao voltar a trabalhar em um hospital psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro, a doutora Nise da Silveira (Gloria Pires) propõe uma nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem da esquizofrenia, eliminando o eletrochoque e lobotomia. Seus colegas de trabalho discordam do seu meio de tratamento e a isolam, restando a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma nova forma de lidar com os pacientes, através do amor e da arte.
O filme foca somente nesse período da vida dessa grande mulher, a vida antes e durante sua prisão não é tocada, mas acredito que isso não faça grande diferença. O foco da direção de Roberto Berliner é justamente mostrar a revolução no tratamento terapêutico implantado por ela através da arte, do lúdico. Enquanto obra cinematográfica , 'Nise' é irremediavelmente impecável: desde a tocante atuação da grande Glória Pires (papel que inclusive a consagrou como melhor atriz no Festival de Cinema de Tóquio 2015) até aos detalhes técnicos como a fotografia. A luz usada na produção é limpa e clara, um contraste com a 'escuridão' dos personagens portadores das mais variadas condições clínicas.
O elenco secundário é outro ponto alto do filme. O tal 'coração da loucura' emociona : Destaco as excelentes performances de Claudio Jaborandy(Emygdio de Barros), Simone Mazzer (Adelina Gomes), Roney Villela (Lucio Noeman), Bernardo Marinho (Raphael Domingues), Fabrício Boliveira (Fernando Diniz), Julio Adrião (Carlos Pertuis) e Flavio Bauraqui (Octávio Ignácio).
Em tempos de empoderamento feminino , Nise da Silveira já era em 1944 uma representante forte, ainda mais num período e dentro de uma profissão que pelo que me consta era dominada por homens. Nise é um belo exemplar de personalidade e sua cinebiografia honrou a mulher que um dia ela foi e o legado que ela deixou para tantos profissionais no ramo da psicanálise.
Super Vale Ver !
Quando me deparo com uma cinebiografia grandiosa quanto a da renomada psiquiatra Nise da Silveira, a primeira pergunta que me vem a mente é : Porque não contaram essa história antes ?
Graças aos deuses da sétima arte , o trabalho e a descoberta dessa alagoana forte e sensível chegou ao conhecimento do grande público. O cinema tem esse poderoso alcance, e produções desse nível nos enchem de esperança com relação ao que pode estar vindo por aí ... quantas belas histórias ainda hão de ser contadas? Quantos brasileiros fabulosos ainda estão no anonimato esperando produções como essa para ter suas memórias resgatadas?
'Nise - O Coração da Loucura' é (digo sem medo de ser exagerado) uma das mais ricas produções do gênero , não somente pela personalidade escolhida , mas também por todos os acertos que a obra traz com ela.
A história começa após ela ter sido presa por seu envolvimento com o marxismo e ter se afastado de sua profissão por cerca de dezoito meses, e ao voltar a trabalhar em um hospital psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro, a doutora Nise da Silveira (Gloria Pires) propõe uma nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem da esquizofrenia, eliminando o eletrochoque e lobotomia. Seus colegas de trabalho discordam do seu meio de tratamento e a isolam, restando a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma nova forma de lidar com os pacientes, através do amor e da arte.
O filme foca somente nesse período da vida dessa grande mulher, a vida antes e durante sua prisão não é tocada, mas acredito que isso não faça grande diferença. O foco da direção de Roberto Berliner é justamente mostrar a revolução no tratamento terapêutico implantado por ela através da arte, do lúdico. Enquanto obra cinematográfica , 'Nise' é irremediavelmente impecável: desde a tocante atuação da grande Glória Pires (papel que inclusive a consagrou como melhor atriz no Festival de Cinema de Tóquio 2015) até aos detalhes técnicos como a fotografia. A luz usada na produção é limpa e clara, um contraste com a 'escuridão' dos personagens portadores das mais variadas condições clínicas.
O elenco secundário é outro ponto alto do filme. O tal 'coração da loucura' emociona : Destaco as excelentes performances de Claudio Jaborandy(Emygdio de Barros), Simone Mazzer (Adelina Gomes), Roney Villela (Lucio Noeman), Bernardo Marinho (Raphael Domingues), Fabrício Boliveira (Fernando Diniz), Julio Adrião (Carlos Pertuis) e Flavio Bauraqui (Octávio Ignácio).
Em tempos de empoderamento feminino , Nise da Silveira já era em 1944 uma representante forte, ainda mais num período e dentro de uma profissão que pelo que me consta era dominada por homens. Nise é um belo exemplar de personalidade e sua cinebiografia honrou a mulher que um dia ela foi e o legado que ela deixou para tantos profissionais no ramo da psicanálise.
Super Vale Ver !
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