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PiTacO do PapO! 'Águas Rasas' - 2016

NOTA 7.8



Já faz mais de 40 anos que Steven Spielberg criou um novo conceito de blockbuster com o seu “Tubarão” (1975) e, de lá pra cá, vários filmes destacaram a ferocidade do maior predador marinho, embora poucos sejam dignos de lembrança. Na verdade, a grande maioria é composta por filmes B de gosto duvidoso, com poucas produções dignas do êxito.


Em “Águas Rasas”, Blake Lively vive Nancy, uma garota que planejou uma viagem dedicada ao surfe em uma praia isolada no México, onde sua mãe esteve durante sua gestação. Cercado de mistério, o local é desconhecido de quase todo mundo, e não é possível nem saber seu nome. Não demora muito para o cenário paradisíaco se transformar em inferno. Nancy se vê ameaçada por um tubarão branco, atraído pelo sangue que escorre de uma baleia ferida no mar aberto. O bicho vai fazendo suas vítimas e a agonia da protagonista é sentida pelo público, à medida que o rochedo onde se abriga está prestes a ser coberto pela maré e os ferimentos pelo seu corpo vão ficando cada vez mais insuportáveis.


Uma das coisas que salta aos olhos logo no início de “Águas Rasas” é a paisagem linda da praia secreta onde a heroína vai parar. É possível se deixar levar pela beleza das ondas gigantes, da mesma forma que o embate da garota de biquíni contra o tubarão, pois tudo faz parte de um crescimento bastante eficiente da condução narrativa e da criação da atmosfera de tensão.


Claro que há um contexto dramático, que apresenta um pouco a intimidade da personagem de Lively, mas isso é só um pretexto para fazer com que o público se aproxime e se importe com a personagem. Se bem que o diretor, Collet-Serra consegue criar empatia também com coadjuvantes que só aparecem por poucos minutos, como vítimas potenciais do tubarão: uma prova de que o diretor catalão domina a gramática do cinema muito bem. Por atingir o extremo da objetividade, “Águas Rasas” talvez seja o seu melhor trabalho.


Por fim, "Águas Rasas" é um filme eficaz à sua maneira de construir o suspense, um longa que tenta compreender todas as lições do gênero, mas mesmo que escancare que siga essa cartilha, mostra também que falta sensibilidade cinematográfica para chegar a outro patamar. "Águas Rasas" é um bom suspense, mas não um dos grandes do gênero que vai marcar e se tornar um clássico. Contudo, a experiência é bastante satisfatória e agradável.





Vale Ver ! 

Crítica por Bruno Santos



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