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Dica do Papo 'As 7 Faces do Dr Lao' - 1964

Apesar de ser uma produção de 1964, vim a conhecer 'As 7 Faces do Dr. Lao' nos anos 80, nos deliciosos filmes da Sessão da Tarde ( na época até sentia medo em algumas das cenas, hehehe), maravilha de filme que até hoje provoca encanto e reflexões no espectador.



Dr Lao é um misterioso chinês de mais de 7000 anos que chega de burrico e com apenas um peixinho dourado na bagagem à cidade de Abalone trazendo um circo de curiosidades ( algo como um freak show). Lá a população vive ameaçada pelo magnata inescrupuloso Clint Stark ( Arthur O´Connell) que quer comprar todos os imóveis do local bem barato pois sabe que irão valorizar devido à construção de uma estrada de ferro.

O único que não se deixa enganar pelo ricaço é o jornalista John ( Ed Cunningham) que é novo na cidade e tenta protegê-la de Stark denunciando seus podres. Ambos são apaixonados pela bibliotecária Angela (Barbara Eden, a eterna 'Jeannie é um Gênio'), viúva reprimida mas adorável, mãe de Kevin, garoto que encanta-se pelo circo do Dr. Lao e quer trabalhar nele como malabarista, virando assim amigo do misterioso mago.



Abalone ( trocadilho com o nome da lendária ilha britânica de Avalon, cenário da estória do Rei Arthur), provinciana como a maioria das cidades pequenas, tem valores distorcidos e hipócritas que serão mostrados a cada um dos moradores por meio das atrações do circo do chinês, que chega pra sacudir a poeira por lá e mexer com a cabeça dos moradores. As atrações são diversas ( atenção ao detalhe: tanto o Dr Lao como suas 7 faces são interpretados por Tony Randall): o Abominável Homem das Neves, Mago Merlin, Apollonius de Tyana, o deus Pã, a Serpente gigante, Medusa e o Membro da assistência.

Os moradores acabam enxergando ( e levando um susto, claro!) seus defeitos através das atrações do circo: vaidade, soberba, ganância, repressão emocional, etc. O circo vai embora,  mas deixa transformações diversas nas vidas dos moradores de Abalone.


O visual do filme é lindo e ousado pra época ( foi indicado ao Oscar de efeitos especiais) e a maquiagem impressionante mesmo nos dias de hoje ( ganhou um prêmio honorário por ela, pois essa categoria ainda nao existia em 64).

O tempo passou e as questões morais nele levantadas continuam quase que iguais nas sociedades : orgulho, vaidade, falta de escrúpulos e falsidade. Lindo filme que amamos, um clássico obrigatório. Se vc ainda não viu anote já na listinha!





Por Karina Massud 





'Papo de Cinemateca - Porque Cinema e Diversão é com a Gente Mesmo' 

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