PiTacO do PapO! 'Loving' - 2017
NOTA 9.0
To love...
Conjugar o verbo amar muitas vezes requer sacrifÃcios...abrir mão de muita coisa importante pra viver aquilo em que se acredita, pode ser doloroso mas ao fim da caminhada pode também ser recompensador, ainda mais se for para o bem comum. No caso de Richard e Mildred Loving (sobrenome do casal que leva o tÃtulo do filme dirigido por Jeff Nichols), o amor passou a não ser só a escolha de gostar de alguém mais que a si mesmo, e sim um ato polÃtico responsável por uma grande mudança nas leis de miscigenação nos E.U.A no final dos anos 1950.
Na história que se passa no estado da VirgÃnia, Richard (Joel Edgerton) se apaixona por Mildred (Ruth Negga) e em 1958, eles se casam oficialmente. Mas a vida deles se transforma num grande dilema pelo fato de serem um casal interracial e em função do matrimônio entre pessoas de raças diferentes ser proibido no estado, o que acaba causando a prisão do casal, que na ocasião esperava a chegada do primeiro filho dos três que viriam a ter.
'Loving' , que segue ainda sem previsão de estreia no Brasil, é um filme forte no sentido mais amplo da palavra, não só pelo contexto histórico (o filme é baseado em fatos reais) mas também pela maneira como é conduzido por Nichols , diretor inclusive que com menos de dez anos de carreira conseguiu pequenas obras definitivas dentro do cinema: 'O Abrigo' (2011) e 'Midnight Special' (2016), que tem como protagonista o ótimo Michael Shannon, aqui em uma participação tão pontual quanto marcante. Mas é nÃtido que de nada valeria a superlativa direção se não fossem as tocantes e grandiosas atuações de Ruth Negga e Joel Edgerton , o que resultou em indicações a prêmios como o Critic´s Choice Awards e ao Globo de Ouro, dessa forma é quase certo que indicações ao Oscar venham por aà também. Foi esse 'tripé' que traçou a trajetória brilhante do longa.
A produção faz uso de uma narrativa linear, comum até nas cinebiografias. A saga de Richard e Mildred é contada, passo a passo, desde o seu o inÃcio até o desfecho esperado pelo público. Não temos cenas em flashback, nem nenhum recurso estilÃstico ou autoral. Mas é extremamente bem contada e no final há ainda aquelas informações sobre os destinos dos personagens e as tradicionais imagens revelando seus rostos reais. Tudo como manda o figurino. A fotografia de Adam Stone, com sua paleta de cores sóbrias, a direção de arte e os figurinos que, juntos, nos remetem aos anos de lutas e conquistas dos negros norte-americanos, acaba de fazer nascer mais um grande filme de época.
Ao longo do filme, a velha realidade do racismo tão impregnado tanto em negros como brancos, novamente nos vem a mente e assusta - me perguntei: - Quando o mundo vai aprender que o amor está muito além de raça, cor ou orientação sexual?
Super Vale Ver !
* Atualização : Saiu a lista de indicados e Ruth Negga foi indicada ao Oscar de melhor atriz por 'Loving'. Essa foi a única indicação do filme ao maior prêmio do cinema americano. (24/01 - 12:00 pm)
To love...
Conjugar o verbo amar muitas vezes requer sacrifÃcios...abrir mão de muita coisa importante pra viver aquilo em que se acredita, pode ser doloroso mas ao fim da caminhada pode também ser recompensador, ainda mais se for para o bem comum. No caso de Richard e Mildred Loving (sobrenome do casal que leva o tÃtulo do filme dirigido por Jeff Nichols), o amor passou a não ser só a escolha de gostar de alguém mais que a si mesmo, e sim um ato polÃtico responsável por uma grande mudança nas leis de miscigenação nos E.U.A no final dos anos 1950.
'Loving' , que segue ainda sem previsão de estreia no Brasil, é um filme forte no sentido mais amplo da palavra, não só pelo contexto histórico (o filme é baseado em fatos reais) mas também pela maneira como é conduzido por Nichols , diretor inclusive que com menos de dez anos de carreira conseguiu pequenas obras definitivas dentro do cinema: 'O Abrigo' (2011) e 'Midnight Special' (2016), que tem como protagonista o ótimo Michael Shannon, aqui em uma participação tão pontual quanto marcante. Mas é nÃtido que de nada valeria a superlativa direção se não fossem as tocantes e grandiosas atuações de Ruth Negga e Joel Edgerton , o que resultou em indicações a prêmios como o Critic´s Choice Awards e ao Globo de Ouro, dessa forma é quase certo que indicações ao Oscar venham por aà também. Foi esse 'tripé' que traçou a trajetória brilhante do longa.
A produção faz uso de uma narrativa linear, comum até nas cinebiografias. A saga de Richard e Mildred é contada, passo a passo, desde o seu o inÃcio até o desfecho esperado pelo público. Não temos cenas em flashback, nem nenhum recurso estilÃstico ou autoral. Mas é extremamente bem contada e no final há ainda aquelas informações sobre os destinos dos personagens e as tradicionais imagens revelando seus rostos reais. Tudo como manda o figurino. A fotografia de Adam Stone, com sua paleta de cores sóbrias, a direção de arte e os figurinos que, juntos, nos remetem aos anos de lutas e conquistas dos negros norte-americanos, acaba de fazer nascer mais um grande filme de época.
Ao longo do filme, a velha realidade do racismo tão impregnado tanto em negros como brancos, novamente nos vem a mente e assusta - me perguntei: - Quando o mundo vai aprender que o amor está muito além de raça, cor ou orientação sexual?
Super Vale Ver !
* Atualização : Saiu a lista de indicados e Ruth Negga foi indicada ao Oscar de melhor atriz por 'Loving'. Essa foi a única indicação do filme ao maior prêmio do cinema americano. (24/01 - 12:00 pm)
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