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PiTacO do PapO! 'Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood' - 2017

NOTA 9.0


'Uma pirueta, duas piruetas , bravo ! Bravo!'

Se minha memória não está me passando uma bela rasteira,  não me lembro de ter assistido um filme dos saudosos Trapalhões no cinema. A velha e boa Sessão da Tarde deu conta de me apresentar praticamente a todos os filmes do quarteto que já levou milhões de crianças e adultos aos cinemas desde os anos 60. 

Dois mil e dezessete, e eis que chega aos cinemas uma espécie de continuação de um dos filmes mais emblemáticos da trupe; e eu não exitei em ver esse acontecimento nas telonas, afinal de contas , além de toda nostalgia envolvida (principalmente pra quem tem 30 anos em diante) não sabia quando, e se iria presenciar isso novamente - 'Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood' resgata o melhor da minha infância, isso já era motivo suficiente pro ingresso valer a pena. 


A história dessa vez, tem seu início com um mirabolante e divertido sonho de Didi Mocó, o atrapalhado “faz tudo” do Grande Circo Sumatra, alocado na fictícia cidade de Barra Feia. Em seus devaneios oníricos, ele está em Hollywood na companhia de Dedé (que também trabalha no circo) para receber um prêmio na cerimônia do “Oscara”. Numa cena inspiradíssima, o ator Dan Stulbach encarna seu “sósia” Tom Hanks. Voltando a cruel realidade, Didi se vê às voltas com os problemas financeiros da companhia circense, resultado da proibição da participação de animais em circos (lei, no entanto, tida como positiva na ótica dos personagens). O dono, Barão Bartholo (Roberto Guilherme, o eterno Sargento Pincel da atração na TV), transferiu a administração para o ganancioso Satã (Marcos Frota), que quer fazer bons negócios com o prefeito corrupto e manipulador Aurélio Gavião (Nelson Freitas). Após um período de estudos no exterior, Karina (Letícia Colin), filha de Barão, retorna ao país e se alia a Didi na busca de uma solução para a crise.

É quando se dá o mote que também é a razão de existir do filme original : um novo espetáculo musical, concebido por Didi numa velha máquina de escrever, que recicla números antigos e coloca os artistas “interpretando” animais. O elenco e a trupe (na vida real, integrantes do circo de Marcos Frota), então, dão início às clássicas canções do musical de Chico Buarque, de 1977. 'Piruetas', 'Rebichada' e a clássica 'A História de Uma Gata', eternizada na voz de Lucinha Linz e defendida à altura por Letícia Colin nessa nova versão , estão todas lá e não tem como não se emocionar.

É bom que fique claro: o longa dirigido competentemente dirigido por João Daniel Tikhomiroff, não é exatamente um remake de 'Os Saltimbancos Trapalhões'(1981). É uma versão atualizada, que resgata alguns elementos-chave e os coloca em nova roupagem. 

É preciso reverenciar , afinal de contas , o cinema brasileiro não produz musicais e trazer de volta um dos melhores já produzidos por aqui, é motivo de comemoração. Outro importante detalhe que parece não ter perdido a força mesmo com um hiato de 18 anos, é a química entre os Trapalhões que restaram Didi e Dedé - Os diálogos, as gags e a troca de farpas entre os dois continuam exercendo seu encanto. Como humoristas de primeira linha, eles sabem rir de si mesmos e usam com maestria a passagem do tempo como pretexto. 

É bem verdade que o roteiro deixa algumas pontas soltas e entrega alguns momentos de gosto duvidoso, mas quem se importa? O filme atinge nossa memória afetiva em cheio e para as crianças, também há de ser entretenimento garantido. Ao final, preparem os lenços : Zacarias e Mussum, integrantes já falecidos que eternizaram o quarteto, dão o ar da graça numa sequência emocionante.







Super Vale Ver ! 

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