PiTacO do PapO! 'Quatro Vidas de Um Cachorro' - 2017
NOTA 8.5
Deixando de lado as polêmicas que 'Quatro Vidas de um Cachorro' gerou em função das acusações de maus tratos nos bastidores do filme, vou me limitar a expressar um pouco sobre a obra enquanto ficção - e não resta dúvidas que nesse quesito o filme dialoga bem com seu público. Não vou negar (pelo menos aconteceu comigo) que a cena extra-ficção, onde se via um cão pastor alemão forçado a entrar em águas turbulentas, possa deixar o espectador desconfortável no momento em que a cena é identificada no filme. Porém, por toda empatia que a obra de Lasse Hallström gera nesse público em especÃfico (quase que cativo em filmes do gênero) eu diria que o longa mereça uma chance.
O filme inspirado no livro de W. Bruce Cameron (2012) mostra as quatro vidas de um mesmo cão, como se a cada final de vida ele retornasse numa nova raça e começasse tudo outra vez, mas sempre se lembrando de seu primeiro dono, o jovem Ethan (na fase adulta vivido por Dennis Quaid), a quem sonhava rever um dia.
O sueco Lasse Hallström tem seu nome lembrado pelo belÃssimo 'Sempre ao Seu Lado' (2009), que também noticia o amor dos cães pelo 'bicho homem', o próprio já confessou diversas vezes sua paixão para com os animais, e que tomou gosto por filmar histórias no gênero justamente por esse amor que tem pelos amigos de quatro patas. É fato que filmes com animais, principalmente com cachorros, são praticamente um gênero a parte, tendo seus próprios clichês e convenções. Sempre açucarados e com um tom bem melodramático, esse tipo de filme arranca suspiros tanto pela sua fofura, quanto pela relação entre pet e dono. Na história esse dono é nada mais, nada menos que interpretado por Dennis Quaid - o ator tem uma relação Ãntima com filmes do gênero (seja com animais ou não) e imprime uma verdade emocionante à essa relação 'cão-dono'. No filme você verá outras relações (afinal são 4 vidas e cada uma delas com um dono diferente) mas nenhuma delas a quÃmica funciona tão bem.
'Quatro Vidas de um Cachorro' ao contrario do que se pensa, é sim um filme emocionante, mas não exatamente um filme pra fazer chorar. Assim, é interessante até mesmo como diretor (Lasse Hallström) e o roteirista (Cathryn Michon) encontram solução para narrar a história. ConstruÃdo inteiramente pela perspectiva narrativa do próprio cachorro, o longa tenta estar na mente do animal o tempo todo, dessa forma o filme utiliza uma narração em off do cachorro, em que o personagem canino faz comentários sobre o que está acontecendo. E se tal recurso poderia resultar em apenas mais um longa de animais falantes, isso não ocorre pela forma inteligente como essas inserções narrativas são feitas. Os comentários além de conectar público com um personagem que não pode falar, também servem de extremo alÃvio cômico, as respostas caninas ao mundo humano é sempre uma tirada leve que o espectador realmente acredita estar sendo dita por um cão. Uma graça de se ver.
O tempo todo o filme questiona : 'Porque estamos aqui? Qual o propósito dessa vida?' Bem, isso parece exigir uma resposta complexa, mas dentro do universo de Hallström seria fácil de ser respondida - basta querer ser feliz e ver o outro feliz. Ao final da sessão, é impossÃvel não reafirmar que o cão é realmente o melhor amigo do homem.
Vale Ver !
Deixando de lado as polêmicas que 'Quatro Vidas de um Cachorro' gerou em função das acusações de maus tratos nos bastidores do filme, vou me limitar a expressar um pouco sobre a obra enquanto ficção - e não resta dúvidas que nesse quesito o filme dialoga bem com seu público. Não vou negar (pelo menos aconteceu comigo) que a cena extra-ficção, onde se via um cão pastor alemão forçado a entrar em águas turbulentas, possa deixar o espectador desconfortável no momento em que a cena é identificada no filme. Porém, por toda empatia que a obra de Lasse Hallström gera nesse público em especÃfico (quase que cativo em filmes do gênero) eu diria que o longa mereça uma chance.
O filme inspirado no livro de W. Bruce Cameron (2012) mostra as quatro vidas de um mesmo cão, como se a cada final de vida ele retornasse numa nova raça e começasse tudo outra vez, mas sempre se lembrando de seu primeiro dono, o jovem Ethan (na fase adulta vivido por Dennis Quaid), a quem sonhava rever um dia.
'Quatro Vidas de um Cachorro' ao contrario do que se pensa, é sim um filme emocionante, mas não exatamente um filme pra fazer chorar. Assim, é interessante até mesmo como diretor (Lasse Hallström) e o roteirista (Cathryn Michon) encontram solução para narrar a história. ConstruÃdo inteiramente pela perspectiva narrativa do próprio cachorro, o longa tenta estar na mente do animal o tempo todo, dessa forma o filme utiliza uma narração em off do cachorro, em que o personagem canino faz comentários sobre o que está acontecendo. E se tal recurso poderia resultar em apenas mais um longa de animais falantes, isso não ocorre pela forma inteligente como essas inserções narrativas são feitas. Os comentários além de conectar público com um personagem que não pode falar, também servem de extremo alÃvio cômico, as respostas caninas ao mundo humano é sempre uma tirada leve que o espectador realmente acredita estar sendo dita por um cão. Uma graça de se ver.
O tempo todo o filme questiona : 'Porque estamos aqui? Qual o propósito dessa vida?' Bem, isso parece exigir uma resposta complexa, mas dentro do universo de Hallström seria fácil de ser respondida - basta querer ser feliz e ver o outro feliz. Ao final da sessão, é impossÃvel não reafirmar que o cão é realmente o melhor amigo do homem.
Vale Ver !
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