Dica do Papo! 'The Rocky Horror Picture Show' - 1975
Por Rogério Machado
Despudorado,
Irreverente,
Ultrajante,
À frente , muito à frente de seu tempo.
Faltam adjetivos para relacionar. São muitos os méritos desse musical dirigido por Jim Sharman, que representa um grito libertário e que passeia em diversos universos. É um musical, mas ao mesmo tempo bebe das águas de várias vertentes. Tem seu papel social em plenos 1975, já que acredito que a obra represente a quebra de paradigmas que incrivelmente ainda permanecem duros como rocha nos dias de hoje.
No longa, Brad Majors (Barry Bostwick), influenciado pelo matrimônio de um grande amigo, decide pedir sua noiva, Janet Weiss (Susan Sarandon), em casamento. Antes da cerimônia eles partem em uma viagem de carro, mas acabam se perdendo. Para piorar a situação, o carro quebra e está chovendo bastante. Eles vão até um castelo próximo em busca de ajuda e são recepcionados por Riff Raff (Richard O'Brien), o criado do dr. Frank N Furter (Tim Curry), dono do local. Brad e Janet estranham o visual e o comportamento de todos, sem imaginar que Frank N Furter dedica a vida à libido e o prazer. Seu novo plano é criar um homem musculoso, Rocky (Peter Hinwood), que possa atender aos seus anseios sexuais.
Assistindo 'The Rocky Horror Picuture Show' hoje, é quase inconcebÃvel imaginar que a obra tenha sido produzida há mais de 40 anos atrás. O filme é um retrato provocativo da cultura gay e um sÃmbolo de temas LGBT, a produção é a transposição para o cinema de um musical escrito por Richard O’Brien e dirigido por Sharman que estreou em Londres em 1973 em um modesto teatro de 60 lugares.
O sucesso foi tanto que em poucas semanas as apresentações tiveram que ser transferidas para um teatro com 10 vezes mais capacidade, a peça foi parar na Broadway e uma versão cinematográfica foi logo proposta aos criadores pela Fox – que queria fazê-la com atores americanos e Mick Jagger no papel principal. A proposta não foi aceita, e o filme acabou sendo feito com o desconhecido elenco da peça inglesa exceto por duas concessões: a contratação de Barry Bostwick e Susan Sarandon como os ingênuos mocinhos Brad e Janet, que embarcam em uma aventura surreal.
O castelo pertence ao Dr. Frank-N-Further, um cientista travesti (eu não disse que era muito à frente de seu tempo?) que projetou um homem perfeito artificial a quem deu o nome de Rocky Horror. No castelo, também moram outros tipos excêntricos cuja missão ao lado do Dr. Frank-N-Further só é revelada no final, no melhor estilo dos filmes B da antiga Hollywood – que aliás são referenciados desde Science fiction, double feature, a cativante música de abertura, até a torre da RKO da sequência final.
O figurino é um personagem à parte: sem imaginar o sucesso que viria e com orçamento de apenas 400 dólares, a figurinista Sue Blane criou todas as roupas para os personagens da peça imaginando um estilo americano da década de 1950. E ela repetiu a dose na versão cinematográfica, entregando o guarda-roupa completo de todos os personagens por pouco mais de 1.500 dólares.
Para finalizar, o fato é que 'The Rocky Horror Picture Show' é mais uma criatura com vida própria que um filme, e sua sedução provavelmente vem da transgressão a todos os conceitos impostos pela sociedade – o que leva seus espectadores a um mundo que desafia tudo que é conhecido como convencional. Ou talvez venha da mensagem dada pelo Dr. Frank-N-Further em uma das últimas cenas: Don’t dream it, be it!
'Não sonhe... seja!' Mais vanguardista, impossÃvel!
Despudorado,
Irreverente,
Ultrajante,
À frente , muito à frente de seu tempo.
Faltam adjetivos para relacionar. São muitos os méritos desse musical dirigido por Jim Sharman, que representa um grito libertário e que passeia em diversos universos. É um musical, mas ao mesmo tempo bebe das águas de várias vertentes. Tem seu papel social em plenos 1975, já que acredito que a obra represente a quebra de paradigmas que incrivelmente ainda permanecem duros como rocha nos dias de hoje.
No longa, Brad Majors (Barry Bostwick), influenciado pelo matrimônio de um grande amigo, decide pedir sua noiva, Janet Weiss (Susan Sarandon), em casamento. Antes da cerimônia eles partem em uma viagem de carro, mas acabam se perdendo. Para piorar a situação, o carro quebra e está chovendo bastante. Eles vão até um castelo próximo em busca de ajuda e são recepcionados por Riff Raff (Richard O'Brien), o criado do dr. Frank N Furter (Tim Curry), dono do local. Brad e Janet estranham o visual e o comportamento de todos, sem imaginar que Frank N Furter dedica a vida à libido e o prazer. Seu novo plano é criar um homem musculoso, Rocky (Peter Hinwood), que possa atender aos seus anseios sexuais.
Assistindo 'The Rocky Horror Picuture Show' hoje, é quase inconcebÃvel imaginar que a obra tenha sido produzida há mais de 40 anos atrás. O filme é um retrato provocativo da cultura gay e um sÃmbolo de temas LGBT, a produção é a transposição para o cinema de um musical escrito por Richard O’Brien e dirigido por Sharman que estreou em Londres em 1973 em um modesto teatro de 60 lugares.
O sucesso foi tanto que em poucas semanas as apresentações tiveram que ser transferidas para um teatro com 10 vezes mais capacidade, a peça foi parar na Broadway e uma versão cinematográfica foi logo proposta aos criadores pela Fox – que queria fazê-la com atores americanos e Mick Jagger no papel principal. A proposta não foi aceita, e o filme acabou sendo feito com o desconhecido elenco da peça inglesa exceto por duas concessões: a contratação de Barry Bostwick e Susan Sarandon como os ingênuos mocinhos Brad e Janet, que embarcam em uma aventura surreal.
O castelo pertence ao Dr. Frank-N-Further, um cientista travesti (eu não disse que era muito à frente de seu tempo?) que projetou um homem perfeito artificial a quem deu o nome de Rocky Horror. No castelo, também moram outros tipos excêntricos cuja missão ao lado do Dr. Frank-N-Further só é revelada no final, no melhor estilo dos filmes B da antiga Hollywood – que aliás são referenciados desde Science fiction, double feature, a cativante música de abertura, até a torre da RKO da sequência final.
O figurino é um personagem à parte: sem imaginar o sucesso que viria e com orçamento de apenas 400 dólares, a figurinista Sue Blane criou todas as roupas para os personagens da peça imaginando um estilo americano da década de 1950. E ela repetiu a dose na versão cinematográfica, entregando o guarda-roupa completo de todos os personagens por pouco mais de 1.500 dólares.
Para finalizar, o fato é que 'The Rocky Horror Picture Show' é mais uma criatura com vida própria que um filme, e sua sedução provavelmente vem da transgressão a todos os conceitos impostos pela sociedade – o que leva seus espectadores a um mundo que desafia tudo que é conhecido como convencional. Ou talvez venha da mensagem dada pelo Dr. Frank-N-Further em uma das últimas cenas: Don’t dream it, be it!
'Não sonhe... seja!' Mais vanguardista, impossÃvel!
'Papo de Cinemateca - Porque Cinema e Diversão é com a Gente Mesmo.'
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