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PiTacO do PapO! ' Rei Arthur- A Lenda da Espada' - 2017

NOTA 7.8 


Por Rogério Machado 



Rei Arthur e sua távola redonda,  vira e mexe pipocam em versões cinematográficas. Citada pela primeira vez em 1155, no livro de versos Roman de Brut, escrito pelo poeta Wace, a távola nasceu devido inteligência de Arthur que, visando evitar disputas entre os seus cavaleiros, criou uma mesa redonda onde ninguém seria visto como comandante, uma vez que seus subordinados jamais aceitariam ter um cargo abaixo de outro cavaleiro. Agora é a hora e a vez de Guy Ritchie, o visionário e arrojado diretor dos elogiados 'Jogos , Trapaças e Dois Canos Fumegantes' (1998) e 'Snatch -Porcos e Diamantes' (2000) , assumir a aventura originalmente inglesa, só que com aquela pegada moderna que só ele consegue dar.  

Quem vive o lendário Rei Arthur dessa vez é Charlie Hunnam, um jovem criado nas  ruas que controla os becos de Londonium e desconhece sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a Excalibur. Desafiado pela espada, ele precisa tomar difíceis decisões, enfrentar seus demônios e aprender a dominar o poder que possui para conseguir, enfim, unir seu povo e partir para a luta contra o tirano Vortigern (Jude Law) , que destruiu sua família quando ele ainda era apenas um menino. 

Guy Ricthie até consegue imprimir seu estilo de filmar em algumas tomadas, e o texto tem aquele 'q' irônico e enxovalhado muito característico em suas produções. Mas como blockbuster que é, em 'Rei Arthur- A Lenda da Espada', Ritchie acaba se rendendo ao 'cinemão' e pegando pesado nos efeitos que acabam se sobrepondo à plástica inicial do filme. 

Sobre o elenco, além de Hunnam, que encarna muito bem essa nova versão, digamos, mais despojada do herdeiro de Excalibur, temos do outro lado, o experiente Jude Law, que parece propositalmente dar um tom levemente caricato ao seu vilão -mas em certas instâncias, parecemos estar diante de um rei das histórias de Shakespeare, dramático e teatral. Acredito que a simples presença do ator, acabou elevando o nível e a força da palavra vilão nessa nova roupagem do clássico. 

Não,  não dá pra comparar essa recente empreitada, com o clássico 'Excalibur' (de 1981), com Liam Neeson e Helen Mirren, que retratou com fidelidade as lendas do Rei e até hoje é considerado pelos fãs como o filme definitivo para a história. Mas ainda sim,  mesmo com todo jeitinho novelesco da trama (principalmente na segunda metade) , o filme vale pelos bons momentos no que tange ao formato imprimido por Ritchie (até onde foi possível, claro). Tudo leva a crer que teremos a continuação da saga com a formação dos cavaleiros da távola... e que da próxima vez - se Ritchie estiver novamente à frente da sequência - ele tenha mais liberdade criativa para fazer o que sempre fez em produções assinadas por ele. 

Uma coisa é certa: diversão não faltará.



Vale Ver ! 


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