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PiTacO do PapO! 'O Filho Eterno' - 2016

NOTA 9.0



Por Rogério Machado


" O jogo vai começar ! O pai no centro do estádio espera confiante, olha ao redor...  apenas o som de suas batidas... um toque, um chute,  um drible...  
Tudo é novo , tudo é certo,  ouvimos o apito : ele vem, eis o filho da esperança, a arena de sua visão de gol.  Eis o filho,  eis o pai ...e nenhum dos dois tem a mínima ideia de como isso vai acabar... e isso é bom. ''


O texto acima de 'O Filho Eterno', que compara inteligentemente a chegada e a criação de um filho com um grande jogo de futebol, e que ao final, ninguém sabe como será o resultado, é a abertura desta versão para os cinemas adaptada do livro do escritor catarinense Cristóvão Tezza. A obra  Ã© um dos livros mais elogiados e premiados da literatura brasileira dos últimos anos. O romance de mesmo nome do autor, lançado pela Record em 2007, arrebatou críticas positivas e todos os principais prêmios no ano seguinte: o Jabuti, o Prêmio São Paulo de Literatura e o Portugal Telecom.


Na história conheceremos o casal Roberto (Marcos Veras) e Cláudia (Débora Falabella), que aguarda ansiosamente pela chegada de seu primeiro bebê. Roberto, que é escritor, vê a chegada do filho com esperança e como um ponto de partida para uma mudança completa de vida. Mas toda a áurea de alegria dos pais é transformada em incerteza e medo com a descoberta de que Fabrício, o bebê, é portador da Síndrome de Down. A insatisfação e a vergonha tomam conta do pai, que terá de enfrentar muitos desafios para encontrar o verdadeiro significado da paternidade.

'O Filho Eterno', que tem a direção de Paulo Machline, se torna um ponto fora da curva em diversos aspectos quando falamos de cinema nacional. A começar do jeito de contar a história, que em momento algum romantiza esse episódio delicado dentro da expectativa x realidade em relação a chegada do filho que todos (principalmente o pai) acreditavam ser 'normal'. Tudo é direto, sem rodeios e deixa o julgamento para o público - promove o debate sobre o assunto. Depois, pelos quesitos técnicos, sobretudo a fotografia em tons pardos para retratar com exatidão a década de 80 (o filme se passa entre 1982 e 1994). E por último, claro, a surpresa da veia dramática do humorista Marcos Veras. 

Sendo comparado a um jogo de futebol, acrescentado a paixão nacional pela seleção brasileira, nada melhor do que centrar a história entre quatro copas do mundo; e é nesse ponto que a poesia de Tezza entra para ilustrar o início de uma nova história entre pai e filho.  'O Filho Eterno' é uma lição de amor, ou melhor,  de como aprender a amar. 





Super Vale Ver ! 

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