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PiTacO do PapO! 'Berlin Syndrome' - 2017

NOTA  8.0


Por Thayná Prado @cinemanoporão 



Temos aqui um trhiller dirigido pela cineasta Cate Shortland, responsável também pelos premiados longas "Somersault" (2004) e "Lore" (2012), e que foi também apresentado no Festival de Sundance deste ano.

Durante um passeio de férias em Berlin, a jornalista australiana Clare (Teresa Palmer) conhece Andi (Max Riemelt), um professor de inglês do ensino médio carismático, charmoso e muito atraente. Depois de muitas conversas, acaba surgindo uma grande atração entre os dois, dando espaço para uma noite casual no apartamento de Andi. Clare, entretanto, nem imagina que ele não tem a mínima intenção de deixá-la ir embora de volta para casa.

O clímax do longa é bem interessante e original. Esse exemplo de trama já foi desenvolvida diversas vezes ao longo dos tempos no cinema, mas sempre existem maneiras de se reinventar no mundo da sétima arte, deixando um "clichê" autêntico e com muitas questões no ar, como a diretora Cate Shortland conseguiu por aqui.


É importante analisar desde o começo: é notável que não estamos abordando uma bela e quente paixão entre dois jovens e sim uma tortura psicológica e física. O longa consegue retratar a psicopatia de Andi, num contraste com o desespero de Clare, prendendo a nossa atenção em todo o tempo à medida que as intenções de Andi vão se revelando as mais doentes possíveis.

'Berlin Syndrome' me lembrou uma trama parecida, porém distinta, por estar abordando um caso real: "3096 Dias de Cativeiro" (2013), que conta a história de Natascha Kampusch, que foi mantida em cativeiro de 1998 a 2006, capturada em Viena, aos dez anos de idade. As tramas trazem essa semelhança no sentido de que o psicopata se satisfaz apenas com a presença da vítima; a partir de certo ponto, ele não sente mais prazer em torturar, e sim em apenas tê-la como prisioneira. Esse fato, por si só já o satisfaz e o mantém cheio de certezas de um futuro pleno com a mesma.

A fotografia do filme são um dos elementos que chamam atenção por mostrar de forma fúnebre as fases da dolorosa prisão de Clare, e da calmaria e frieza de Andi. Teresa Palmer a cada dia que passa consegue evoluir e mostrar que não é só mais um rostinho bonito no cinema, pelo contrário, no filme é perceptível a entrega da personagem mostrando fisicamente e psicologicamente o sofrimento e a angústia que está passando.

Max Rielment (muito conhecido pela série 'Sense 8') interpreta um psicopata que ao mesmo tempo que odiamos, sentimos pena e tentamos entender os motivos que o fazem cometer tal delito. Parece proposital no roteiro nos causar essa sensação. O ator entrega uma interpretação emocionante e realista.

Na última meia hora, o filme perde seu enfoque e acaba entregando um final bastante previsível e genérico. Senti falta de algo mais original, assim como o decorrer da história. A trama se encerra deixando dúvidas no ar que deveriam ser melhor encaixadas e respondidas, entretanto, 'Berlin Syndrome' mexe com o nosso psicológico, comove,  e nos fixa em imaginar o que levaria uma pessoa a cometer tal atrocidade. 





Vale Ver!

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