PiTacO do PapO! 'Valerian e a Cidade dos Mil Planetas' - 2017
NOTA 7.0
Um mix de franquias de sucesso batido num liquidificador intergaláctico.
Por VinÃcius Martins @cinemarcante
Desde o lançamento dos primeiros materiais promocionais de ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’, ficou explÃcito que o diretor Luc Besson entregaria um espetáculo tecnológico e visual em seu novo projeto para as telonas. A história, que é adaptada de uma HQ do milênio passado (não é exagero, estou falando sério), trata o futuro com uma curiosidade otimista, mostrando os avanços da humanidade em uma gigantesca estação espacial capaz de suportar milhares de espécies provenientes de todos os cantos do universo, habitando ambientes adaptados e coexistindo em uma harmonia deveras invejável.
A premissa era excelente, e os trailers prometiam um 3D arrebatador (ferramenta essa que foi muito bem empregada, por sinal), e a curiosidade dos fãs do trabalho de Besson ficou latejante. Todavia, o que foi entregue nas mais de duas horas de duração foi um mesclar de diversas outras obras de ficção cientÃfica de sucesso. Basicamente, se misturássemos 'Star Wars' com 'Avatar', terÃamos 'Valerian'. Além desses dois tÃtulos, também tem como identificar semelhanças com 'John Carter', 'O Vingador do Futuro', e até uma sutil pegada de 'Blade Runner'. Tem, inclusive, referência a 'O Quinto Elemento', também de Besson. A grande questão é: ser tudo isso é bom ou ruim?
O filme tem sua originalidade, claro. O roteiro de Jean-Claude Mézières e Pierre Christin (autores da HQ original) e do próprio Luc Besson (que dirige, escreve e produz o filme) tem seu mérito e sua graça própria. A cena inicial, com a perseguição no deserto e a dimensão virtual é incrÃvel, e isso já é um marco cinematográfico a ser usado como referência no futuro. Só que por ser tudo e mais um pouco, o longa acaba não sendo tanto quanto poderia ser. O filme encanta em seu visual e suas boas soluções criativas, mas deixa de encantar onde mais se esperava que conseguisse cativar: a história. A trama, que gira em torno de um casal de oficiais (Dane DeHaan e Cara Delevingne), peca ao querer inserir um sentimentalismo onde não é cabÃvel que exista. Sem entregar muito, resumo dizendo que eles passam o filme inteiro flertando e começam a desenvolver uma afeição mais sexual, por assim dizer. Dá pra engolir que ela passe a gostar dele, mas não desce a ideia de que ele goste dela de fato. Não há tempo nem desenvolvimento na trama para apresentar uma mudança considerável no canalha mulherengo que o herói Valerian mostra ser que justifique as declarações de amor que ele faz à moça no decorrer da história, o que deixa a impressão de que aquele romance não passa de uma grande farsa; o que é lamentável e até contraditório, já que os dois protagonistas tem uma quÃmica boa e conseguem excitar o público com a sensualidade que emana deles.
Entre prós e contras, fica no meio do fogo cruzado o elenco de apoio, que se esforça para fazer a trama girar. Ethan Hawke (que aguardei os créditos para ter certeza de que era ele mesmo) está incrÃvel em seu melhor Bono (U2). Esperei ansiosamente que ele tirasse um microfone do bolso e começasse a cantar Vertigo, verdade mesmo. E Rihanna, com toda a sua experiência de palco, faz a versão amoeba da MÃstica, dos X-Men. Quem não se preocupa muito em atuar e entra em cena de forma preguiçosa e previsÃvel é o outrora excelente Clive Owen, que faz aqui um papel vergonha alheia e é bem capaz que isso lhe renda uma indicação ao Framboesa de Ouro (premiação que elege os piores filmes, elencos e diretores).
Se não fosse pelo ótimo 3D e o visual quase inovador, ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’ passaria despercebido. Os rostinhos bonitos de DeHaan e Delevingne são meros atrativos bônus, vitrines comerciais que poderiam ser facilmente trocados por atores com mais carisma – mas que, provavelmente, não seriam tão bonitos quanto esses dois. E no fim, 'Valerian' se faz como uma obra de belezas e excessos, que tenta se erguer entre os tantos outros filmes tecnicamente espetaculares que existem hoje em dia. Espetáculo por espetáculo, talvez seja melhor ficar com o quinto 'Transformers', que já assumiu seu caráter megalomanÃaco e incoerente, do que forçar a barra pra aceitar um romance sem sal em um coquetel de um monte de coisas que já foram vistas em outros filmes; não que não valha a pena assistir 'Valerian', até porque o filme é legal e tem suas qualidades, mas a originalidade prometida, mesmo apesar das boas ideias que aparecem pontualmente, não consegue ser tão original assim.
Vale Ver !
Um mix de franquias de sucesso batido num liquidificador intergaláctico.
Por VinÃcius Martins @cinemarcante
Desde o lançamento dos primeiros materiais promocionais de ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’, ficou explÃcito que o diretor Luc Besson entregaria um espetáculo tecnológico e visual em seu novo projeto para as telonas. A história, que é adaptada de uma HQ do milênio passado (não é exagero, estou falando sério), trata o futuro com uma curiosidade otimista, mostrando os avanços da humanidade em uma gigantesca estação espacial capaz de suportar milhares de espécies provenientes de todos os cantos do universo, habitando ambientes adaptados e coexistindo em uma harmonia deveras invejável.
A premissa era excelente, e os trailers prometiam um 3D arrebatador (ferramenta essa que foi muito bem empregada, por sinal), e a curiosidade dos fãs do trabalho de Besson ficou latejante. Todavia, o que foi entregue nas mais de duas horas de duração foi um mesclar de diversas outras obras de ficção cientÃfica de sucesso. Basicamente, se misturássemos 'Star Wars' com 'Avatar', terÃamos 'Valerian'. Além desses dois tÃtulos, também tem como identificar semelhanças com 'John Carter', 'O Vingador do Futuro', e até uma sutil pegada de 'Blade Runner'. Tem, inclusive, referência a 'O Quinto Elemento', também de Besson. A grande questão é: ser tudo isso é bom ou ruim?
O filme tem sua originalidade, claro. O roteiro de Jean-Claude Mézières e Pierre Christin (autores da HQ original) e do próprio Luc Besson (que dirige, escreve e produz o filme) tem seu mérito e sua graça própria. A cena inicial, com a perseguição no deserto e a dimensão virtual é incrÃvel, e isso já é um marco cinematográfico a ser usado como referência no futuro. Só que por ser tudo e mais um pouco, o longa acaba não sendo tanto quanto poderia ser. O filme encanta em seu visual e suas boas soluções criativas, mas deixa de encantar onde mais se esperava que conseguisse cativar: a história. A trama, que gira em torno de um casal de oficiais (Dane DeHaan e Cara Delevingne), peca ao querer inserir um sentimentalismo onde não é cabÃvel que exista. Sem entregar muito, resumo dizendo que eles passam o filme inteiro flertando e começam a desenvolver uma afeição mais sexual, por assim dizer. Dá pra engolir que ela passe a gostar dele, mas não desce a ideia de que ele goste dela de fato. Não há tempo nem desenvolvimento na trama para apresentar uma mudança considerável no canalha mulherengo que o herói Valerian mostra ser que justifique as declarações de amor que ele faz à moça no decorrer da história, o que deixa a impressão de que aquele romance não passa de uma grande farsa; o que é lamentável e até contraditório, já que os dois protagonistas tem uma quÃmica boa e conseguem excitar o público com a sensualidade que emana deles.
Entre prós e contras, fica no meio do fogo cruzado o elenco de apoio, que se esforça para fazer a trama girar. Ethan Hawke (que aguardei os créditos para ter certeza de que era ele mesmo) está incrÃvel em seu melhor Bono (U2). Esperei ansiosamente que ele tirasse um microfone do bolso e começasse a cantar Vertigo, verdade mesmo. E Rihanna, com toda a sua experiência de palco, faz a versão amoeba da MÃstica, dos X-Men. Quem não se preocupa muito em atuar e entra em cena de forma preguiçosa e previsÃvel é o outrora excelente Clive Owen, que faz aqui um papel vergonha alheia e é bem capaz que isso lhe renda uma indicação ao Framboesa de Ouro (premiação que elege os piores filmes, elencos e diretores).
Se não fosse pelo ótimo 3D e o visual quase inovador, ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’ passaria despercebido. Os rostinhos bonitos de DeHaan e Delevingne são meros atrativos bônus, vitrines comerciais que poderiam ser facilmente trocados por atores com mais carisma – mas que, provavelmente, não seriam tão bonitos quanto esses dois. E no fim, 'Valerian' se faz como uma obra de belezas e excessos, que tenta se erguer entre os tantos outros filmes tecnicamente espetaculares que existem hoje em dia. Espetáculo por espetáculo, talvez seja melhor ficar com o quinto 'Transformers', que já assumiu seu caráter megalomanÃaco e incoerente, do que forçar a barra pra aceitar um romance sem sal em um coquetel de um monte de coisas que já foram vistas em outros filmes; não que não valha a pena assistir 'Valerian', até porque o filme é legal e tem suas qualidades, mas a originalidade prometida, mesmo apesar das boas ideias que aparecem pontualmente, não consegue ser tão original assim.
Vale Ver !
Fui assistir na estreia nacional, que também iria ter lugar aqui em Rio das Ostras, mas o filme chegou com problemas técnicos no HD. Então começou na sexta por aqui. E eu, antigo, nem sabia que os filmes já não chegavam mais nos românticos rolos. Kkkkk. Vou assistir na segunda.
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