PiTacO do PapO - 'A Garota Ocidental : Entre o Coração e a Tradição' (2017)
NOTA 8.0
Por Rogério Machado
Em algumas culturas, a tradição e a honra estão muito acima do amor, das vontades, do respeito. Não nos cabe questionar os costumes de um determinado povo, mas entender, por exemplo, o que faz uma família escolher com quem seu filho ou filha irá passar o resto da vida, fica realmente inaceitável quando falamos em liberdade. Cada um de nós nascemos para ser livres e escolhermos nossos caminhos, ser privado dessa liberdade , o maior bem do homem sobretudo pra nós ocidentais, parece fora de questão e inconcebível. Esse é o fio condutor de 'A Garota Ocidental: Entre o Coração e a Tradição', filme que estreou nos cinemas por aqui em junho.
Na trama, conhecemos a jovem Zahira (Lina El Arabi) uma imigrante paquistanesa que mora na França e está totalmente adaptada ao seu estilo de vida ocidental. Quando chega aos 18 anos e seu pai e mãe impõem um casamento arranjado, onde ela deve escolher entre três pretendentes, a jovem com bastante coragem se diz contrária a decisão e acaba provocando um grande abalo na família.
Um outro grande conflito acontece paralelamente: Zahira está grávida de um namorado que não assumiu a criança e além de conviver com a pressão da família sobre esse casamento imposto, ela também terá que decidir sozinha se tem ou não a criança. No meio de todos esses dilemas, o irmão de dela, Amir (Sébastien Houbani), é peça chave nesse tabuleiro sentimental, que se vê em grande conflito em como ajudar a resolver a situação. Os preenchimentos das lacunas emocionais e suas consequências são feitos de maneira cirúrgica pelas lentes do cineasta belga Stephan Streker (em seu terceiro longa metragem na carreira) que dirige e escreve o roteiro desse profundo drama exibido no Festival Internacional de Toronto, Rotterdam e Istambul deste ano.
Ainda que particularmente, principalmente por conta dessa gravidez, ache que o roteiro poderia ter sido melhor trabalhado, não há como não reconhecer que a obra seja um recorte cortante sobre o mundo das tradições. Um filme que chega também como uma grande crítica social, seus limites emocionais à flor da pele e as saídas muitas vezes não encontradas pelos envolvidos. Com grandes atuações e um desfecho arrebatador.
Vale Ver !
DIREÇÃO
Stephan Streker
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Stephan Streker
Produção: Boris Van Gils, Michael Goldberg
Fotografia: Grimm Vandekerckhove
Estúdio: Daylight Films
Montador: Jerome Guiot, Mathilde Muyard
Distribuidora: Cineart Filmes
ELENCO
Alice de Lencquesaing, Aurora Marion, Babak Karimi, Bilel Ghommidh, Harmandeep Palminder, Lina El Arabi, Nina Kulkarni, Olivier Gourmet, Rania Mellouli, Sandor Funtek, Sébastien Houbani, Zacharie Chasseriaud
Por Rogério Machado
Em algumas culturas, a tradição e a honra estão muito acima do amor, das vontades, do respeito. Não nos cabe questionar os costumes de um determinado povo, mas entender, por exemplo, o que faz uma família escolher com quem seu filho ou filha irá passar o resto da vida, fica realmente inaceitável quando falamos em liberdade. Cada um de nós nascemos para ser livres e escolhermos nossos caminhos, ser privado dessa liberdade , o maior bem do homem sobretudo pra nós ocidentais, parece fora de questão e inconcebível. Esse é o fio condutor de 'A Garota Ocidental: Entre o Coração e a Tradição', filme que estreou nos cinemas por aqui em junho.
Na trama, conhecemos a jovem Zahira (Lina El Arabi) uma imigrante paquistanesa que mora na França e está totalmente adaptada ao seu estilo de vida ocidental. Quando chega aos 18 anos e seu pai e mãe impõem um casamento arranjado, onde ela deve escolher entre três pretendentes, a jovem com bastante coragem se diz contrária a decisão e acaba provocando um grande abalo na família.
Um outro grande conflito acontece paralelamente: Zahira está grávida de um namorado que não assumiu a criança e além de conviver com a pressão da família sobre esse casamento imposto, ela também terá que decidir sozinha se tem ou não a criança. No meio de todos esses dilemas, o irmão de dela, Amir (Sébastien Houbani), é peça chave nesse tabuleiro sentimental, que se vê em grande conflito em como ajudar a resolver a situação. Os preenchimentos das lacunas emocionais e suas consequências são feitos de maneira cirúrgica pelas lentes do cineasta belga Stephan Streker (em seu terceiro longa metragem na carreira) que dirige e escreve o roteiro desse profundo drama exibido no Festival Internacional de Toronto, Rotterdam e Istambul deste ano.
Ainda que particularmente, principalmente por conta dessa gravidez, ache que o roteiro poderia ter sido melhor trabalhado, não há como não reconhecer que a obra seja um recorte cortante sobre o mundo das tradições. Um filme que chega também como uma grande crítica social, seus limites emocionais à flor da pele e as saídas muitas vezes não encontradas pelos envolvidos. Com grandes atuações e um desfecho arrebatador.
Vale Ver !
Stephan Streker
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Stephan Streker
Produção: Boris Van Gils, Michael Goldberg
Fotografia: Grimm Vandekerckhove
Estúdio: Daylight Films
Montador: Jerome Guiot, Mathilde Muyard
Distribuidora: Cineart Filmes
ELENCO
Alice de Lencquesaing, Aurora Marion, Babak Karimi, Bilel Ghommidh, Harmandeep Palminder, Lina El Arabi, Nina Kulkarni, Olivier Gourmet, Rania Mellouli, Sandor Funtek, Sébastien Houbani, Zacharie Chasseriaud
Deixe seu Comentário: