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PiTacO do PapO - 'Polícia Federal: A Lei é Para Todos' (2017)

NOTA 7.0 

Por Rogério Machado


Se tem uma coisa que com certeza é unanimidade para os amantes da sétima arte, é que filme sem final é duro de aceitar. Muitas vezes o roteiro trabalha com competência a abertura e o meio da história e o desfecho, (com o perdão do linguajar)  fica a 'Deus dará'...   'Polícia Federal: A Lei é Para Todos', que chegou aos cinemas num auspicioso 7 de setembro, pode funcionar como um bom thriller de ação e investigação, mas no que diz respeito à uma obra baseada em fatos reais, é certo que se na realidade essa mesma 'obra' (a Operação Lava Jato) ainda não teve sua sonhada conclusão, a cinebio acaba não tendo o resultado esperado.    

O ano é 2013, e durante a realização da Operação Bidone, a Polícia Federal apreende no interior um caminhão carregado de palmito, que trazia escondido 697 kg de cocaína. A investigação recai na equipe montada por Ivan Romano (Antonio Calloni), sediada em Curitiba e composta também por Beatriz (Flávia Alessandra), Júlio (Bruce Gomlevsky) e Ítalo (Rainer Cadete). As conexões do tráfico os levam ao doleiro Alberto Youssef (Roberto Birindelli) e, posteriormente, ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (Roney Facchini), que revela uma imensa estrutura envolvendo construtoras e o governo, de forma a desviar dinheiro público. À medida que a investigação avança, o grupo liderado por Ivan se aproxima cada vez mais de alguns dos políticos mais influentes do país.


Não quero aqui tirar o mérito da Operação Lava Jato, muito menos seus desdobramentos, creio que onde há erro deve haver punição, independente do partido, porém o grande problema em 'A Lei é Para Todos' está visivelmente no seu texto, que a todo tempo lança um olhar maniqueísta na sua condução, se, como disse anteriormente, alguns desfechos ainda não estão exatamente definidos ou esclarecidos fica iminente o tom partidário da produção. A direção seria mais eficaz se apresentasse os fatos sem expressar um determinado lado.

Exemplificando o que estou tentando expressar, fica latente essa teoria uma vez que o personagem do ex presidente Lula (interpretado pelo sempre ótimo Ary Fontoura) assume uma personalidade irônica e debochada, que não mede palavras ao desafiar autoridades na cena em que a Polícia Federal executa a condução coercitiva, acontecida em março do ano passado. Fica intrínseco no texto essa postura unilateral. 

Enfim, acaso tenha um fim (dedos cruzados e muita oração), a obra pode funcionar melhor em um outro momento, mas enquanto ele se desdobra (e vai ganhando outros nomes) , fica parecendo auto promoção da própria policia ou do partido de oposição. É isso que aprendi durante todos esses anos em que acompanho a arte do cinema, ainda mais sendo fã de cinebiografias e filmes de cunho verídico como sempre fui. Tudo tem sempre dois lados, essa luta entre o bem e o mal só acontece em histórias de faz de conta, o que não é exatamente o caso. 

Anyway, o longa acaba servindo de informação para os desavisados de plantão e em se tratando de ritmo, desse mal o filme de Marcelo Antunez (à frente de seu primeiro trabalho solo) não pode ser acusado. 


Vale Ver ! 


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