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PiTacO do PapO - 'Vanishing Time: A Boy Who Returned' (2017)

NOTA 9.0


Por Karina Massud  @cinemassud 


A difícil mistura de drama com fantasia foi muito bem dosada e deu muito certo na produção coreana do diretor estreante Eom Tae-hwa: “Vanishing Time: A Boy Who Returned”.

Soon-rin é uma menina que perdeu a mãe e vive com o padrasto numa cidade/ilha pra onde se mudaram a fim de que ele trabalhasse na construção de um túnel. Ela tem um blog onde escreve suas histórias super criativas, e por esse motivo é considerada “esquisitona” pelos colegas de escola; seu único amigo é o órfão Seong-min.

Um dia Soon-rin, Seong-min e outros amigos se aventuram na área proibida da construção do túnel. Lá encontram uma caverna e nela um ovo brilhante onde a menina diz ter um duende ladrão do tempo, fábula contada por seu avô. Os garotos quebram o ovo, um portal se abre e eles desaparecem para um mundo paralelo onde tudo é congelado: tempo, pessoas e coisas. Um corpo é encontrado e todos são tidos como sequestrados no mundo real ( ou tido como tal), e Soon-rin é suspeita de esconder o sequestrador foragido, que é ninguém menos que o amigo Seong já adulto.


Uma trama que além da reflexão sobre a vida e o passar dos anos, também contempla valores como amizade, delicadeza e inocência no amor infantil, e julgamentos sob diferentes perspectivas.

É muito interessante acompanhar a escala de emoções dos protagonistas, da euforia de poder brincar numa cidade congelada no tempo ao tédio gerado pelo mesmo motivo. O que seria um sonho de criança, andar por cidades, lojas e pessoas estáticas, fazendo todas as peraltices do mundo, acaba se tornando um pesadelo angustiante. Seong-min cresceu no universo estático, seu corpo é de um adulto mas sua mentalidade ainda é infantil , de um garoto inocente que ama e que acredita em magia, que viveu duas décadas sozinho, amedrontado e sem referências.

Visualmente o filme é lindo, os efeitos especiais fazem o mundo congelado parecer um sonho surreal onde pessoas e coisas flutuam. Do lado de cá, onde tudo permanece igual, o mundo é sombrio, há o desaparecimento das crianças, a suspeita de pedofilia, buscas, investigações e desespero da família. Seong-min cresceu no mundo congelado, seu corpo é de um adulto mas sua mentalidade ainda é de um garoto, o garoto que ainda acredita em magia.

O diretor nos apresenta esses dois mundos paralelos e contrastantes : adulto/infantil e atual/congelado que posteriormente se encontram de forma cruel. Uma fantasia agridoce imperdível.



Super Vale Ver ! 

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