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PiTacO do PapO - 'Um Contratempo' | 2016

NOTA 8.0

Por Bruno Santos 

Gosto muito de filmes de mistério, assassinato e casos difíceis de solucionar. Nesses aspectos, “Um Contratempo” (Contratiempo, no original) não decepcionou nada, nada. 

No filme, Adrian Doria (Mario Casas) é um homem casado que mantém um caso amoroso com a fotógrafa Laura Vidal (Bárbara Lennie). Quando ele acorda em um quarto de hotel desconhecido, ele tem uma surpresa ao encontrar sua amante morta e milhares de notas de dinheiro espalhadas. Assim, Doria procura uma famosa advogada (Ana Wagener) para ajudá-lo a solucionar o caso. Entretanto, há um detalhe intrigante nessa história: quando Doria acordou, o quarto estava trancado por dentro, e não havia como sair pelas janelas. Junto com a advogada, eles tentam entender o que aconteceu e como o assassino conseguiu matar Laura e trancar o quarto pelo lado de dentro. Para investigar o crime, a advogada pede para Doria contar o que ele havia feito nas últimas horas, e descobre outro crime no relato do jovem. 



Na minha opinião, quem arrasou na atuação foi Bárbara Lennie: Interpretando a amante de Doria, ela consegue ser extremamente expressiva e transmite os sentimentos da personagem de maneira impecável. Ora feliz, ora desesperada, a atriz  traduz toda essência de sua personagem, com uma personalidade forte e opiniões decisivas para a trama. Essa persona forma um elo entre os acontecimentos e conduz a história até certo ponto. 

A escolha da atriz foi simplesmente perfeita. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre Mario Casas, que interpreta Doria, o protagonista. Sua atuação é aceitável, e nada mais. Enquanto Lennie capricha na expressividade, Casas “economiza” nesse aspecto. O ator não deixa clara a preocupação do personagem, que, por estar em uma situação terrível, deveria estar um tanto mais apreensivo. Felizmente, essa falta de intensidade na atuação não chega a comprometer o filme. 

O roteiro, escrito por Oriol Paulo, é muito bem construído e estruturado, e a ligação entre as cenas ocorre com sintonia. Cada detalhe é importante: movimentos, falas, olhares. Preste atenção nessas coisas! Tudo o que acontece na história é relevante e possui importância no desfecho do longa. A compreensão dos fatos ocorre aos poucos, quando conseguimos ligar os pontos. 

Por ser um filme espanhol, “Um Contratempo” pode acabar não despertando a atenção dos telespectadores na Netflix, o que é um grande erro. A qualidade da direção, também realizada por Oriol Paulo, é excelente. Fugindo dos tradicionais clichês dos filmes de suspense, o cineasta abusou dos flashbacks para contar a historia, deixando o longa ainda mais interessante (particularmente, gosto muito desse recurso). A trama é recheada de reviravoltas, fazendo o telespectador criar diferentes teorias a todo o momento. É um filme que consegue prender  nossos olhos na tela, sem ficar cansativo, e com as famosas 'encheções de linguiça'. O final? Totalmente inesperado! Os fãs do gênero suspense irão aproveitar cada segundo.


Vale Ver ! 



DIREÇÃO 
Oriol Paulo

EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Oriol Paulo
Fotografia: Xavi Giménez, Mercedes Gamero ,Mikel Lejarza, Sandra Hermida,Eneko Lizarraga 
Trilha Sonora: Fernando Velázquez


ELENCO

Mario Casas, Ana Wagener, José Coronado, Bárbara Lennie, Francesc Orella


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