PiTacO do PapO - 'Marjorie Prime' | 2017
NOTA 9.0
Por Karina Massud @cinemassud
Num futuro não muito distante poderemos conversar com pessoas queridas que já morreram através de hologramas perfeitos chamados “Primes”. Essa realidade por um lado soa reconfortante mas por outro parece também assustadora. Essa é a premissa do filme “Marjorie Prime”, baseado na peça de teatro homônima de Jordan Harrison.
Marjorie (Lois Smith) é uma senhora idosa que sofre do Mal de Alzheimer, ela vive com sua filha Tess (Geena Davis) e o genro Jon (Tim Robbins), que contratam esse serviço de hologramas para ajudá-la com as lembranças. Seu prime é Walter (Jon Hamm), seu falecido marido quando jovem, ele tem o perfil e memórias construÃdos pelos relatos da famÃlia e pelo próprio programa de computador. Eles tem conversas longas e ternas, recapitulando suas vidas pouco a pouco: como se conheceram, se apaixonaram, o inÃcio do casamento, os filhos, amigos e cachorros.
Amor, resgate, luto e saudades são colocados de maneira sensÃvel e emocionante na trama. Tudo regado a ótima música clássica.
O longa traz questões delicadas: O que seriam nossas memórias, o que de fato ocorreu ou o vislumbre que temos dos acontecimentos? Por que nunca temos coragem de dizer tudo o que pensamos a quem amamos? A discussão dos limites do uso da inteligência artificial não é tão forte quanto na série “Black Mirror”, mas ter um ente falecido sentado no seu sofá gera sim certa estranheza e reflexão.
Atuações sensacionais de todo o elenco. A veterana atriz Lois Smith (que também interpretou o papel na peça de origem) no papel de Marjorie comove dizendo verdades que talvez sejam permitidas somente a pessoas longevas, aqueles privilégios que só a idade traz. Jon Hamm (conhecido do grande público pelo papel de Don Drapper na série “Mad Men”) está magistral como a figura do marido bonitão e sedutor de Marjorie, e que apesar de convincente como réplica de Walter sabemos não se tratar de um ser humano. Geena Davis e Tim Robbins, que andavam sumidos das telonas, nos trazem um casal carismático, almas gêmeas que dividem uma vida, suas alegrias, dores e problemas quotidianos.
Talvez os muitos “primes” que vão aparecendo ao longo do filme para diversos personagens em diferentes épocas causem uma certa confusão. O filme se desenrola de forma lenta e centrada nos diálogos belos e afiados, que ditos por atores de primeirÃssima nos prendem sem que notemos o tempo passar. Diálogos esses que vão se definindo e nos aprofundando nas personalidades de cada personagem.
Filme peculiar, cerebral e tocante. Uma bela produção!
Super Vale Ver !
DIREÇÃO
Michael Almereyda
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Michael Almereyda, Jordan Harrison
Produção: Brian David Cange
Fotografia : Sean Price Williams
Montagem: Kathryn J. Schubert
Música: Mica Levi
ELENCO
Jon Hamm , Geena Davis , Tim Robbins , Lois Smith , Stephanie Andujar , Hannah Gross , Leslie Lyles
Por Karina Massud @cinemassud
Num futuro não muito distante poderemos conversar com pessoas queridas que já morreram através de hologramas perfeitos chamados “Primes”. Essa realidade por um lado soa reconfortante mas por outro parece também assustadora. Essa é a premissa do filme “Marjorie Prime”, baseado na peça de teatro homônima de Jordan Harrison.
Marjorie (Lois Smith) é uma senhora idosa que sofre do Mal de Alzheimer, ela vive com sua filha Tess (Geena Davis) e o genro Jon (Tim Robbins), que contratam esse serviço de hologramas para ajudá-la com as lembranças. Seu prime é Walter (Jon Hamm), seu falecido marido quando jovem, ele tem o perfil e memórias construÃdos pelos relatos da famÃlia e pelo próprio programa de computador. Eles tem conversas longas e ternas, recapitulando suas vidas pouco a pouco: como se conheceram, se apaixonaram, o inÃcio do casamento, os filhos, amigos e cachorros.
Amor, resgate, luto e saudades são colocados de maneira sensÃvel e emocionante na trama. Tudo regado a ótima música clássica.
O longa traz questões delicadas: O que seriam nossas memórias, o que de fato ocorreu ou o vislumbre que temos dos acontecimentos? Por que nunca temos coragem de dizer tudo o que pensamos a quem amamos? A discussão dos limites do uso da inteligência artificial não é tão forte quanto na série “Black Mirror”, mas ter um ente falecido sentado no seu sofá gera sim certa estranheza e reflexão.
Atuações sensacionais de todo o elenco. A veterana atriz Lois Smith (que também interpretou o papel na peça de origem) no papel de Marjorie comove dizendo verdades que talvez sejam permitidas somente a pessoas longevas, aqueles privilégios que só a idade traz. Jon Hamm (conhecido do grande público pelo papel de Don Drapper na série “Mad Men”) está magistral como a figura do marido bonitão e sedutor de Marjorie, e que apesar de convincente como réplica de Walter sabemos não se tratar de um ser humano. Geena Davis e Tim Robbins, que andavam sumidos das telonas, nos trazem um casal carismático, almas gêmeas que dividem uma vida, suas alegrias, dores e problemas quotidianos.
Talvez os muitos “primes” que vão aparecendo ao longo do filme para diversos personagens em diferentes épocas causem uma certa confusão. O filme se desenrola de forma lenta e centrada nos diálogos belos e afiados, que ditos por atores de primeirÃssima nos prendem sem que notemos o tempo passar. Diálogos esses que vão se definindo e nos aprofundando nas personalidades de cada personagem.
Filme peculiar, cerebral e tocante. Uma bela produção!
Super Vale Ver !
Michael Almereyda
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Michael Almereyda, Jordan Harrison
Produção: Brian David Cange
Fotografia : Sean Price Williams
Montagem: Kathryn J. Schubert
Música: Mica Levi
ELENCO
Jon Hamm , Geena Davis , Tim Robbins , Lois Smith , Stephanie Andujar , Hannah Gross , Leslie Lyles
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