PiTacO do PapO - 'Faces de Uma Mulher' | 2017
NOTA 8.0
Por Rogério Machado
Passeando com passos pesados dentro do universo feminino, 'Faces de Uma Mulher', que passou pelos cinemas brasileiros em maio do ano passado, é uma história de rejeição, abandono e abuso. À frente da direção, Arnaud des Pallières, cujo primeiro trabalho ('Michael Kohlhaas – Justiça e Honra'- 2014) foi unanimidade entre crÃtica e público. Dessa vez, ele apresenta um trabalho mais maduro, mas por sua vez muito mais ousado.
Na trama, conheceremos Renée (Adèle Haenel), uma moça doce que leva uma vida tranquila trabalhando como professora na escola primária, enquanto pensa em ter um filho com o namorado através de inseminação artificial. Um dia, no entanto, a polÃcia bate à sua porta para prendê-la. Voltando em sua história, compreendemos que esta mulher órfã já teve vidas muito diferentes, adotando outros nomes e sobrevivendo ao passado de violências e abusos. A cada retorno ao passado, ela é vivida por uma atriz diferente. Entre elas Adèle Exarchopoulos, Vega Cuzytek e Solène Rigot .
À princÃpio parece complicado essas idas e vindas na narrativa, mas com algumas pistas descobrimos de que se trata da mesma personagem em épocas, (ou quem sabe, vidas) diferentes. A linha narrativa planejada pelo cineasta é propositalmente ludibriadora, já que ao longo de quatro subtramas a protagonista troca seu nome e atrizes, algumas de idades bem próximas na vida real (como Adèle Exarchopoulos, 24 anos, e Adèle Haenel, 28 anos), se revezam no papel. O embaralho cronológico é outra quebra de paradigma arquitetado por Pallières. Aqui, não existe uma ordem linear de acontecimentos na vida destas quatro mulheres diferentes, que na realidade são a mesma pessoa.
Renée (Haenel), é quem abre e fecha o longa. Com um relacionamento feliz e o primeiro filho à caminho, sua vida soa perfeita (pela primeira vez, como ficamos sabendo mais tarde). No entanto, o passado volta à tona na forma de Tara (vivida pela inglesa Gemma Arterton), uma golpista profissional recém-saÃda da detenção, com quem Renée teve relação no passado. Não demora para que o elo entre as duas seja feito e que a protagonista também seja procurada por crimes do passado.
'Orpheline' (tÃtulo original, e com mais sentido inclusive) é um filme com uma trama rebuscada, em certos momentos até confuso, mas que apresenta uma história forte e envolvente com um elenco feminino jovem e ultra talentoso.
Vale Ver !
Por Rogério Machado
Passeando com passos pesados dentro do universo feminino, 'Faces de Uma Mulher', que passou pelos cinemas brasileiros em maio do ano passado, é uma história de rejeição, abandono e abuso. À frente da direção, Arnaud des Pallières, cujo primeiro trabalho ('Michael Kohlhaas – Justiça e Honra'- 2014) foi unanimidade entre crÃtica e público. Dessa vez, ele apresenta um trabalho mais maduro, mas por sua vez muito mais ousado.
Na trama, conheceremos Renée (Adèle Haenel), uma moça doce que leva uma vida tranquila trabalhando como professora na escola primária, enquanto pensa em ter um filho com o namorado através de inseminação artificial. Um dia, no entanto, a polÃcia bate à sua porta para prendê-la. Voltando em sua história, compreendemos que esta mulher órfã já teve vidas muito diferentes, adotando outros nomes e sobrevivendo ao passado de violências e abusos. A cada retorno ao passado, ela é vivida por uma atriz diferente. Entre elas Adèle Exarchopoulos, Vega Cuzytek e Solène Rigot .
À princÃpio parece complicado essas idas e vindas na narrativa, mas com algumas pistas descobrimos de que se trata da mesma personagem em épocas, (ou quem sabe, vidas) diferentes. A linha narrativa planejada pelo cineasta é propositalmente ludibriadora, já que ao longo de quatro subtramas a protagonista troca seu nome e atrizes, algumas de idades bem próximas na vida real (como Adèle Exarchopoulos, 24 anos, e Adèle Haenel, 28 anos), se revezam no papel. O embaralho cronológico é outra quebra de paradigma arquitetado por Pallières. Aqui, não existe uma ordem linear de acontecimentos na vida destas quatro mulheres diferentes, que na realidade são a mesma pessoa.
Renée (Haenel), é quem abre e fecha o longa. Com um relacionamento feliz e o primeiro filho à caminho, sua vida soa perfeita (pela primeira vez, como ficamos sabendo mais tarde). No entanto, o passado volta à tona na forma de Tara (vivida pela inglesa Gemma Arterton), uma golpista profissional recém-saÃda da detenção, com quem Renée teve relação no passado. Não demora para que o elo entre as duas seja feito e que a protagonista também seja procurada por crimes do passado.
'Orpheline' (tÃtulo original, e com mais sentido inclusive) é um filme com uma trama rebuscada, em certos momentos até confuso, mas que apresenta uma história forte e envolvente com um elenco feminino jovem e ultra talentoso.
Vale Ver !
DIREÇÃO
- Arnaud des Pallières
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Arnaud des Pallières, Christelle Berthevas
Produção: Michel Klein, Serge Lalou
Fotografia: Yves Cape
Estúdio: Les Films Hatari
Montador: Arnaud des Pallières, Guillaume Lauras
Distribuidora: Mares Filmes
ELENCO
Adèle Exarchopoulos, Adele Haenel, Gemma Arterton, Jalil Lespert, Karim Leklou, Nicolas Duvauchelle, Robert Hunger-Bühler, Sergi López, Solène Rigot, Vega Cuzytek
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