PiTacO do PapO - 'Pendular' | 2017
NOTA 7.5
Por Rogério Machado
A cineasta Julia Murat em seu novo trabalho propõe um desafio ao espectador: 'Pendular', que passou pelos cinemas em setembro do ano passado, tem uma mistura de linguagens ousada e que é um prato cheio pra quem ama arte, mas que pode ter a mensagem prejudicada para aqueles que necessitam de texto para se nortear em uma história.
A história nos introduzirá à vida de um casal vivido por Raquel Karro e Rodrigo Bolzan. Eles dividem um galpão velho em dois para que cada um trabalhe em sua arte: ele, um escultor à s vias de lançar um novo projeto mas que está passando por um crise criativa, ela, uma profissional de dança contemporânea que recebe um amigo bailarino todos os dias para juntos elaborarem novas coreografias. Neste espaço que mais parece uma extensão de casa, o casal observa a arte, a performance e sua intimidade se misturarem. A partir de sequentes contradições, eles vão aos poucos perdendo sua capacidade de distinguir o que faz parte dos seus projetos artÃsticos e o que nada mais é que a relação amorosa, criando até mesmo um conflito com seu passado.
Murat trabalha essa relação, que começa a se mostrar conflituosa à medida que um avança o espaço do outro (uma vez que logo de inÃcio eles demarcam o espaço de cada um com uma fita vermelha) com um apelo estético impecável, até porque estamos falando de personagens que trabalham com arte, mas que peca ao deixar tudo somente para o visual. Com exceção de pouquÃssimas cenas, enxergaremos a insatisfação do casal através de palavras. Aqui, tudo é imagem e movimento, e para entrarmos na história, haveremos de compreender a linguagem do corpo.
Ao longo do filme, tentamos acompanhar as distâncias e silêncios de quem não parece disposta a se subordinar à s fronteiras, estas mais bem definidas, do que se convencionou a chamar de “conquista”. Esta conquista, afinal, requer o estabelecimento de uma vontade, como uma queda-de-braço sobre desejos, entre elas a sujeição dos corpos à s vontades e destinos.
Entre a fita vermelha, os paços de dança e as esculturas, está um casamento que busca o equilÃbrio, mas que esbarra na imperfeição que é ser humano. Se até a arte é passÃvel de erro, quem dirá nós, homens e pobres mortais. Para aqueles que amam as mais variadas formas de arte e suas simbologias, com certeza encontrarão em 'Pendular', um menu regalado para se esbaldar.
Valer Ver !
Por Rogério Machado
A cineasta Julia Murat em seu novo trabalho propõe um desafio ao espectador: 'Pendular', que passou pelos cinemas em setembro do ano passado, tem uma mistura de linguagens ousada e que é um prato cheio pra quem ama arte, mas que pode ter a mensagem prejudicada para aqueles que necessitam de texto para se nortear em uma história.
A história nos introduzirá à vida de um casal vivido por Raquel Karro e Rodrigo Bolzan. Eles dividem um galpão velho em dois para que cada um trabalhe em sua arte: ele, um escultor à s vias de lançar um novo projeto mas que está passando por um crise criativa, ela, uma profissional de dança contemporânea que recebe um amigo bailarino todos os dias para juntos elaborarem novas coreografias. Neste espaço que mais parece uma extensão de casa, o casal observa a arte, a performance e sua intimidade se misturarem. A partir de sequentes contradições, eles vão aos poucos perdendo sua capacidade de distinguir o que faz parte dos seus projetos artÃsticos e o que nada mais é que a relação amorosa, criando até mesmo um conflito com seu passado.
Murat trabalha essa relação, que começa a se mostrar conflituosa à medida que um avança o espaço do outro (uma vez que logo de inÃcio eles demarcam o espaço de cada um com uma fita vermelha) com um apelo estético impecável, até porque estamos falando de personagens que trabalham com arte, mas que peca ao deixar tudo somente para o visual. Com exceção de pouquÃssimas cenas, enxergaremos a insatisfação do casal através de palavras. Aqui, tudo é imagem e movimento, e para entrarmos na história, haveremos de compreender a linguagem do corpo.
Ao longo do filme, tentamos acompanhar as distâncias e silêncios de quem não parece disposta a se subordinar à s fronteiras, estas mais bem definidas, do que se convencionou a chamar de “conquista”. Esta conquista, afinal, requer o estabelecimento de uma vontade, como uma queda-de-braço sobre desejos, entre elas a sujeição dos corpos à s vontades e destinos.
Entre a fita vermelha, os paços de dança e as esculturas, está um casamento que busca o equilÃbrio, mas que esbarra na imperfeição que é ser humano. Se até a arte é passÃvel de erro, quem dirá nós, homens e pobres mortais. Para aqueles que amam as mais variadas formas de arte e suas simbologias, com certeza encontrarão em 'Pendular', um menu regalado para se esbaldar.
Valer Ver !
DIREÇÃO
- Júlia Murat
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Júlia Murat, Matias Mariani
Produção: Júlia Murat, Tatiana Leite
Fotografia: Soledad RodrÃguez
Estúdio: Cepa Audiovisual, Esquina Filmes, MPM Film, Syndrome Films
Distribuidora: Vitrine Filmes
ELENCO
Felipe Rocha, Larissa Siqueira, Marcio Vito, Martina Revollo, Neto Machado, Raquel Karro, Renato Linhares, Rodrigo Bolzan, Valeria Barretta
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