PiTacO do PapO - 'Sem Fôlego' | 2017
NOTA 9.5
Por Rogério Machado
Antes de qualquer outra coisa que eu escreva sobre 'Wonderstruck', novo filme do diretor Todd Haynes , preciso deixar registrado: apague da sua memória a versão em português do título do filme... apague! Ele está ali no topo desta crítica por motivos óbvios, mas em nada traduz o que a história baseada no livro de Brian Selznick quer nos dizer. O longa que estreia em circuito comercial nesta quinta, dia 25, traça com delicadeza um paralelo entre laços mais fortes que a vida e o destino.
A história inicialmente nos levará até ao ano de 1977 na pequena cidade de Gunlint, em Minnesota. Ao atender um telefonema, o garoto Ben (Oakes Fegley) é atingido pelo reflexo de um raio, que caiu bem em sua casa. Esta situação faz com que seja levado a um hospital em Nova York, onde descobre que não consegue mais ouvir um som sequer, dias depois, desesperado, ele foge do hospital para ir encontrar seu pai, homem o qual ele não havia conhecido. Voltando em 1927, conheceremos a jovem surda Rose (Millicent Simonds) que foge de sua casa em Nova York para encontrar sua mãe, a consagrada atriz Lillian Mayhew (Julianne Moore). A vida dessas duas crianças que não conseguem mais ouvir, está interligada a partir de um livro de curiosidades, que os leva ao Museu de História Natural.
O diretor americano Todd Haynes tem poucos trabalhos, mas todos até hoje muito bem aceitos e em geral celebrados pela crítica: foi assim com 'Velvet Goldmine' (1998), 'Não Estou Lá' (2008) e mais recentemente com o indicado ao Oscar 'Carol'. 'Wonderstruck' consegue manter o bom currículo do diretor e ainda agregar outros adjetivos, características e elementos ainda não explorados pelo cineasta em suas obras anteriores. A começar pela parte técnica, onde ele na segunda metade, já na reta final, usa o artifício semelhante ao stop motion (aquele recurso que usa bonecos animados), esses detalhes, que assim como a fotografia de extremo bom gosto de Edward Lachman, se tornam importantíssimos para que a narrativa tenha o brilho à altura do roteiro de Selznick. (autor do sucesso também adaptado para o cinema, 'A Invenção de Hugo Cabret')
Preciso dizer que o filme de Haynes é um exercício de perseverança para os mais afoitos. O texto de Selznick se constrói sem pressa diante do público, e em grande parte no silêncio, já que seus protagonistas são surdos. Demora um pouco para entendermos o propósito da trama, mas quando ela acontece, tudo fica claro como cristal, e o que a história pede, é a sensibilidade do espectador para se colocar dentro da narrativa - estar imerso no lirismo, na poesia de um reencontro improvável movido pela força do coração.
Super Vale Ver !
Por Rogério Machado
Antes de qualquer outra coisa que eu escreva sobre 'Wonderstruck', novo filme do diretor Todd Haynes , preciso deixar registrado: apague da sua memória a versão em português do título do filme... apague! Ele está ali no topo desta crítica por motivos óbvios, mas em nada traduz o que a história baseada no livro de Brian Selznick quer nos dizer. O longa que estreia em circuito comercial nesta quinta, dia 25, traça com delicadeza um paralelo entre laços mais fortes que a vida e o destino.
A história inicialmente nos levará até ao ano de 1977 na pequena cidade de Gunlint, em Minnesota. Ao atender um telefonema, o garoto Ben (Oakes Fegley) é atingido pelo reflexo de um raio, que caiu bem em sua casa. Esta situação faz com que seja levado a um hospital em Nova York, onde descobre que não consegue mais ouvir um som sequer, dias depois, desesperado, ele foge do hospital para ir encontrar seu pai, homem o qual ele não havia conhecido. Voltando em 1927, conheceremos a jovem surda Rose (Millicent Simonds) que foge de sua casa em Nova York para encontrar sua mãe, a consagrada atriz Lillian Mayhew (Julianne Moore). A vida dessas duas crianças que não conseguem mais ouvir, está interligada a partir de um livro de curiosidades, que os leva ao Museu de História Natural.
O diretor americano Todd Haynes tem poucos trabalhos, mas todos até hoje muito bem aceitos e em geral celebrados pela crítica: foi assim com 'Velvet Goldmine' (1998), 'Não Estou Lá' (2008) e mais recentemente com o indicado ao Oscar 'Carol'. 'Wonderstruck' consegue manter o bom currículo do diretor e ainda agregar outros adjetivos, características e elementos ainda não explorados pelo cineasta em suas obras anteriores. A começar pela parte técnica, onde ele na segunda metade, já na reta final, usa o artifício semelhante ao stop motion (aquele recurso que usa bonecos animados), esses detalhes, que assim como a fotografia de extremo bom gosto de Edward Lachman, se tornam importantíssimos para que a narrativa tenha o brilho à altura do roteiro de Selznick. (autor do sucesso também adaptado para o cinema, 'A Invenção de Hugo Cabret')
Preciso dizer que o filme de Haynes é um exercício de perseverança para os mais afoitos. O texto de Selznick se constrói sem pressa diante do público, e em grande parte no silêncio, já que seus protagonistas são surdos. Demora um pouco para entendermos o propósito da trama, mas quando ela acontece, tudo fica claro como cristal, e o que a história pede, é a sensibilidade do espectador para se colocar dentro da narrativa - estar imerso no lirismo, na poesia de um reencontro improvável movido pela força do coração.
Super Vale Ver !
DIREÇÃO
- Todd Haynes
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Brian Selznick
Produção: Pamela Koffler, John Sloss, Christine Vachon
Fotografia: Edward Lachman
Trilha Sonora: Carter Burwell
Montador: Affonso Gonçalves
Estúdio : Amazon
Estúdio : Amazon
ELENCO
Millicent Simmonds, Julianne Moore, Cory Michael, Smith James, Urbaniak Damian Young, Patrick Murney, Lauren Ridloff ,Anthony Natale, Howard Seago, Brian Berrebbi, John P. McGinty, Mark A. Keeton, Patrick Wiley, Garrett Zuercher, Jared Johnston, Murphy Guyer, Ekaterina Samsonov, Sawyer Niehaus, Lilianne Rojek ,Michael, W. Gaines, Oakes Fegley, Jaden Michael, Michelle Williams, Morgan Turner, Amy Hargreaves, Sawyer Nunes, Raul Torres, Mandela Bellamy, Jim Lavin, Colleen Cosgrove, Hays Wellford, Asa Liebmann, John Boyd
Deixe seu Comentário: