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PiTacO do PapO -'Cinquenta Tons de Liberdade' | 2018

NOTA 6.5

Por Rogério Machado 



O universo de E.L. James, o qual eu chamaria de 'fetichista com sentimento' (sem fazer apologia ou querer jogar pedra na proposta da obra, até porque não li os livros), chega ao seu último episódio para as telonas essa semana. A primeira incursão nos cinemas veio exatamente há 3 anos atrás causando um fenômeno poucas vezes visto na indústria do cinema: o sucesso de público com milhões e milhões de espectadores versus a enxovalhada generalizada da crítica. Longe de mim querer dizer que temos aqui um bom exemplar do gênero, mas a série 'Cinquenta Tons de Cinza' não chega também a ser um total desperdício - existem alguns (embora pouquíssimos) pontos positivos.



No terceiro capítulo dessa conturbada e sexy história de amor , Anastasia (Dakota Johnson) e Christian (Jamie Dornan), depois de superar alguns fantasmas do passado (principalmente  por parte de Christian) agora têm amor, intimidade, dinheiro, sexo, relacionamento estável e um promissor futuro. A vida dos recém casados , no entanto, ainda reserva surpresas para os dois e problemas iminentes , como Jack Hyde (Eric Johnson), ex chefe de Ana,  e Elena Lincoln (Kim Basinger), a mulher que desvirtuou o pobre Christian, voltam a impedir a paz e harmonia do casal.

Do primeiro para os dois últimos longas, a direção mudou: saiu Sam Taylor-Johnson e entrou em ação James Foley, que filmou numa só batida os dois  capítulos derradeiros da série. A boa pegada do segundo filme gerou esperança para que o fechamento pelo menos surpreendesse, mas não, o que vemos foi um filme de pequenos acontecimentos mal estabelecidos em arcos dramáticos que se desfazem com a mesma rapidez e proporção com que se formam. Embora citada, Elena (Bassinger) não aparece no filme, e assim, resta para Eric Johnson a tarefa do vilão da vez, que , além de estar preso à um roteiro ruim, também não convence no lugar de opressor. 

Ainda que a história seja construída num tom muito acima do que a propaganda que nos foi feita há três anos atrás, a sorte foi recrutar protagonistas que se entrosassem tão bem em cena quanto os atores - e vale lembrar que em 2015 eles ainda eram rostos novos em Hollywood quando estrelaram o primeiro filme. Além da boa química - indiscutível por sinal - a trilha sonora a cargo do lendário Danny Elfman também é outro ponto à favor da produção. 

'Cinquenta Tons de Liberdade', assim como toda trilogia para o cinema, pecou num quesito essencial para esse nicho de mercado: a ousadia. Acho que foi esse o tempero que faltou aqui. Assim como Adrian Lyne ousou em '9 1/2 Semanas de Amor' (1986) e Paul Verhoeven em 'Instinto Selvagem' (1992), faltou coragem tanto para Taylor-Johnson como para Foley para dar um tom mais sombrio e que apostasse em mais fetiche e menos romance de sessão da tarde - esse já é explorado em milhares de comédias românticas por aí. De qualquer forma (até pelo hype causado pelos livros), a trilogia não deixa de ser um marco dentro do gênero na última década.  


Vale Ver, Mas Nem Tanto !

DIREÇÃO

  • James Foley

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: E.L. James, Niall Leonard
Produção: Dana Brunetti
Fotografia: John Schwartzman
Estúdio: Universal Pictures
Montador: Richard Francis-Bruce

ELENCO

Andrew Airlie, Arielle Kebbel, Ashleigh LaThrop, Ben Corns, Brad Harder, Brant Daugherty, Dakota Johnson, Dylan Neal, Eric Johnson, Fay Masterson, Gary Hudson, Guillaume Campanacci, Jaclyn Jonet, Jamie Dornan, John Emmet Tracy, Laura Jacobs, Luke Grimes, Max Martini, Michelle Harrison, Rita Ora, Tyler Hoechlin

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