PiTacO do PapO - 'Trama Fantasma' | 2018
NOTA 8.9
Por Rogério Machado
'Trama Fantasma', o último dos contenders do Oscar a chegar aos cinemas brasileiros, pode ser nossa última chance de ver o grande Daniel Day-Lewis em ação, já que o astro anunciou há alguns meses atrás sua aposentadoria das telas. Se isso realmente acontecerá só o tempo dirá, já que ele já ensaiou sair de cena outras vezes, mas é fato que se um possÃvel retorno não acontecer, será um buraco grande deixado na dramaturgia cinematográfica. Mas enquanto a gente torce e espera para que isso não aconteça, é a hora e a vez de mergulharmos nessa mais nova obra prima de Paul Thomas Anderson, com quem Day-Lewis trabalhou em 'Sangue Negro' (2007).
Thomas Anderson passeia por diversos universos com muita propriedade e não é difÃcil se apaixonar pelo modo como ele faz cinema: seja fazendo um 'cultizera' com mensagens subliminares ('Magnólia'- 1999) ou ainda uma comédia romântica sem altas pretensões ('Embriagado de Amor' -2003), o diretor conquista deixando sua marca, sua personalidade. A paixão com que ele se envolve em seus trabalhos, inevitavelmente acaba reverberando em seu público - Em 'Trama Fantasma' ele atuou em várias frentes: escreveu, produziu, dirigiu e ainda cuidou da fotografia - assim, o cineasta deteve todo desenho de sua criação, e o resultado foi impecável, como em quase tudo que ele faz.
O filme se passa nos anos 1950, na glamorosa Londres pós-guerra, onde o renomado criador de vestidos Reynolds Woodcock (Day-Lewis) e sua irmã Cyril (Lesley Manville) são o foco da moda britânica, vestindo a realeza, estrelas do cinema, socialites, debutantes e damas com o distinto estilo da Casa de Woodcock. Mulheres vem e vão na vida de Woodcock, enchendo o solteiro convicto de inspiração até que ele encontra a jovem e decidida Alma (Vicky Krieps), que rapidamente o encanta e torna-se sua musa e amante. Uma vez controlado e planejado, sua vida perfeita é tirada do eixo por esse amor.
Sem perceber, Reynolds acaba sendo dominado pela personalidade doce e aparentemente inofensiva de Alma. O criador é levado por sua musa e não o contrário, porém nem ele se dava conta de que estava dentro de um jogo onde o mais distraÃdo sairia perdedor, se é que, em se tratando de amor e afins, existe ganhadores ou perdedores. Alma aos poucos impõe sua presença pelo simples fato de sorrateiramente se fazer imprescindÃvel na vida do estilista: com olhar clÃnico para as fraquezas e inseguranças do solteirão, ela se antecipa em tudo aquilo (ou quase tudo), que ele considerava importante, usando de táticas que iam muito além do poder de sedução. Sedução pura e simples, não haveria de deixá-lo rendido.
O tÃtulo 'Trama Fantasma' se encaixa perfeitamente como o melhor vestido que a mais vaidosa das mulheres um dia vestiu - faz menção à s tramas dos tecidos finÃssimos usados por Woodcock e à s engenhosas histórias de mistério e conspiração. O longa, antes de mais nada, é um romance à s avessas, uma sombria história de amor ambientada no pomposo mundo da alta costura. Vale deixar registrado a belÃssima trilha à cargo de Jonny Greenwood que, principalmente na primeira metade, dão o tom que Thomas Anderson pretende com sua história - contar as venturas de um amor incomum e verdadeiro, mas que foi sorvido pela convivência diária.
Vale Ver !
Por Rogério Machado
'Trama Fantasma', o último dos contenders do Oscar a chegar aos cinemas brasileiros, pode ser nossa última chance de ver o grande Daniel Day-Lewis em ação, já que o astro anunciou há alguns meses atrás sua aposentadoria das telas. Se isso realmente acontecerá só o tempo dirá, já que ele já ensaiou sair de cena outras vezes, mas é fato que se um possÃvel retorno não acontecer, será um buraco grande deixado na dramaturgia cinematográfica. Mas enquanto a gente torce e espera para que isso não aconteça, é a hora e a vez de mergulharmos nessa mais nova obra prima de Paul Thomas Anderson, com quem Day-Lewis trabalhou em 'Sangue Negro' (2007).
Thomas Anderson passeia por diversos universos com muita propriedade e não é difÃcil se apaixonar pelo modo como ele faz cinema: seja fazendo um 'cultizera' com mensagens subliminares ('Magnólia'- 1999) ou ainda uma comédia romântica sem altas pretensões ('Embriagado de Amor' -2003), o diretor conquista deixando sua marca, sua personalidade. A paixão com que ele se envolve em seus trabalhos, inevitavelmente acaba reverberando em seu público - Em 'Trama Fantasma' ele atuou em várias frentes: escreveu, produziu, dirigiu e ainda cuidou da fotografia - assim, o cineasta deteve todo desenho de sua criação, e o resultado foi impecável, como em quase tudo que ele faz.
O filme se passa nos anos 1950, na glamorosa Londres pós-guerra, onde o renomado criador de vestidos Reynolds Woodcock (Day-Lewis) e sua irmã Cyril (Lesley Manville) são o foco da moda britânica, vestindo a realeza, estrelas do cinema, socialites, debutantes e damas com o distinto estilo da Casa de Woodcock. Mulheres vem e vão na vida de Woodcock, enchendo o solteiro convicto de inspiração até que ele encontra a jovem e decidida Alma (Vicky Krieps), que rapidamente o encanta e torna-se sua musa e amante. Uma vez controlado e planejado, sua vida perfeita é tirada do eixo por esse amor.
Sem perceber, Reynolds acaba sendo dominado pela personalidade doce e aparentemente inofensiva de Alma. O criador é levado por sua musa e não o contrário, porém nem ele se dava conta de que estava dentro de um jogo onde o mais distraÃdo sairia perdedor, se é que, em se tratando de amor e afins, existe ganhadores ou perdedores. Alma aos poucos impõe sua presença pelo simples fato de sorrateiramente se fazer imprescindÃvel na vida do estilista: com olhar clÃnico para as fraquezas e inseguranças do solteirão, ela se antecipa em tudo aquilo (ou quase tudo), que ele considerava importante, usando de táticas que iam muito além do poder de sedução. Sedução pura e simples, não haveria de deixá-lo rendido.
O tÃtulo 'Trama Fantasma' se encaixa perfeitamente como o melhor vestido que a mais vaidosa das mulheres um dia vestiu - faz menção à s tramas dos tecidos finÃssimos usados por Woodcock e à s engenhosas histórias de mistério e conspiração. O longa, antes de mais nada, é um romance à s avessas, uma sombria história de amor ambientada no pomposo mundo da alta costura. Vale deixar registrado a belÃssima trilha à cargo de Jonny Greenwood que, principalmente na primeira metade, dão o tom que Thomas Anderson pretende com sua história - contar as venturas de um amor incomum e verdadeiro, mas que foi sorvido pela convivência diária.
Vale Ver !
DIREÇÃO
- Paul Thomas Anderson
- Anderson
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Paul Thomas Anderson
Produção: Daniel Lupi, JoAnne Sellar, Megan Ellison, Paul Thomas Anderson
Fotografia: Paul Thomas Anderson
Trilha Sonora: Jonny Greenwood
Estúdio: Annapurna Pictures, Focus Features
Montador: Dylan Tichenor
Distribuidora: Universal Pictures
ELENCO
Amber Brabant, Amy Cunningham, Brian Gleeson, Camilla Rutherford, Daniel Day-Lewis, Dinah Nicholson, Elli Banks, Ellie Blackwell, Geneva Corlett, George Glasgow, Georgia Kemball, Gina McKee, Harriet Leitch, Harriet Sansom Harris, Ingrid Sophie Schram, Joan Brown, Julie Duck, Juliet Glaves, Lesley Manville, Maryanne Frost, Nick Ashley, Niki Angus-Campbell, Pauline Moriarty, Philip Franks, Steven F Thompson, Sue Clark, Tony Hansford, Vicky Krieps, Zarene Dallas
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