PiTacO do PapO - 'Mudo' | 2018
NOTA 6.0
Por Rogério Machado
A Netflix , a tirar pelas suas últimas produções originais, denota ter adquirido uma certa predileção por universos distópicos, mundos fantásticos, ficção. Visualmente, o resultado é quase sempre impecável, salta ao olhos - mas nem só de visual sobrevive o gênero, é necessário algo que transcenda a estética para estar no nÃvel de produções recentes lançadas como 'Ex Machina' (2014), ou ainda a sequência de 'Blade Runner' (2017), - isso somente para dar poucos e bons exemplos. A bola da vez é 'Mudo', sob direção de Duncan Jones ('Contra o Tempo'- 2011), que afirmou recentemente que o longa é dedicado à seu pai, a lenda David Bowie.
Na trama, Alexander SkarsgÃ¥rd é Leo (o mudo do tÃtulo), que trabalha numa casa noturna muitÃssimo mal frequentada em Berlim: gangsters, traficantes e tipos saÃdos do underground de uma metrópole ameaçadora. Bueiros fumacentos, ruas molhadas pela chuva e comércios iluminados por lâmpadas de neon: nada de novo no front dos neo-noir. Sua namorada, Naadirah (Seyneb Saleh), trabalha na mesma boate como garçonete (pelo menos até 'segunda ordem'). Em uma noite qualquer, ela desaparece deixando poucos vestÃgios. Nosso herói da vez, um sujeito criado em famÃlia Amish que represa angústias passadas e explode em surtos violentos, começa a navegar pelo submundo alemão em busca de respostas e claro, da moça, que por sua vez, parece esconder muitos segredos.
O fato, é que no meio dessa aparente trama mirabolante, até o visual fica comprometido pelo roteiro tão inconsistente quanto uma folha de papel molhada. A busca pela mulher desaparecida , é incapaz de mover o espectador , uma vez que sobra tanto cinismo aos vilões que fica impossÃvel à obra, impôr algum respeito: Cactus (Paul Rudd) ajuda criminosos em troca de conseguir documentos necessários para ele e sua filha, que se encontra numa espécie de exÃlio em Berlim mas deseja voltar ao seu paÃs de origem , os E.U.A. Já Duck (Justin Theroux), se revela ainda mais repugnante – ambos só parecem zanzar na trama para dar um ar fatalista e ruidoso à especulação futurista de Jones. Uma ficção cientÃfica que paga de analista social, mas é incapaz de articular sequer uma boa ideia. Ou de simplesmente divertir.
Como passatempo? É... pode ser que como passatempo o filme venha a agradar, mas acho pouco provável. De toda forma, a quem possa interessar, o filme está disponÃvel desde o dia 23/02 no sistema de streaming.
Vale Ver, Mas Nem Tanto !
Levi Eisenblätter,Rosie Shaw,Eugen Bauder,Livia Matthes,Jarah Maria Anders, Caroline Peters
Laura de Boer, Grégoire Gros,Alexander Skarsgård,Seyneb Saleh,Robert Sheehan,Paul Rudd, Daniel Fathers,Nikki Lamborn,Noel Clarke,Robert Kazinsky,Gilbert Owuor,Justin Theroux, Ulf Herman,Andrzej Blumenfeld
Por Rogério Machado
A Netflix , a tirar pelas suas últimas produções originais, denota ter adquirido uma certa predileção por universos distópicos, mundos fantásticos, ficção. Visualmente, o resultado é quase sempre impecável, salta ao olhos - mas nem só de visual sobrevive o gênero, é necessário algo que transcenda a estética para estar no nÃvel de produções recentes lançadas como 'Ex Machina' (2014), ou ainda a sequência de 'Blade Runner' (2017), - isso somente para dar poucos e bons exemplos. A bola da vez é 'Mudo', sob direção de Duncan Jones ('Contra o Tempo'- 2011), que afirmou recentemente que o longa é dedicado à seu pai, a lenda David Bowie.
Na trama, Alexander SkarsgÃ¥rd é Leo (o mudo do tÃtulo), que trabalha numa casa noturna muitÃssimo mal frequentada em Berlim: gangsters, traficantes e tipos saÃdos do underground de uma metrópole ameaçadora. Bueiros fumacentos, ruas molhadas pela chuva e comércios iluminados por lâmpadas de neon: nada de novo no front dos neo-noir. Sua namorada, Naadirah (Seyneb Saleh), trabalha na mesma boate como garçonete (pelo menos até 'segunda ordem'). Em uma noite qualquer, ela desaparece deixando poucos vestÃgios. Nosso herói da vez, um sujeito criado em famÃlia Amish que represa angústias passadas e explode em surtos violentos, começa a navegar pelo submundo alemão em busca de respostas e claro, da moça, que por sua vez, parece esconder muitos segredos.
O fato, é que no meio dessa aparente trama mirabolante, até o visual fica comprometido pelo roteiro tão inconsistente quanto uma folha de papel molhada. A busca pela mulher desaparecida , é incapaz de mover o espectador , uma vez que sobra tanto cinismo aos vilões que fica impossÃvel à obra, impôr algum respeito: Cactus (Paul Rudd) ajuda criminosos em troca de conseguir documentos necessários para ele e sua filha, que se encontra numa espécie de exÃlio em Berlim mas deseja voltar ao seu paÃs de origem , os E.U.A. Já Duck (Justin Theroux), se revela ainda mais repugnante – ambos só parecem zanzar na trama para dar um ar fatalista e ruidoso à especulação futurista de Jones. Uma ficção cientÃfica que paga de analista social, mas é incapaz de articular sequer uma boa ideia. Ou de simplesmente divertir.
Como passatempo? É... pode ser que como passatempo o filme venha a agradar, mas acho pouco provável. De toda forma, a quem possa interessar, o filme está disponÃvel desde o dia 23/02 no sistema de streaming.
Vale Ver, Mas Nem Tanto !
DIREÇÃO
- Duncan Jones
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Michael Robert Johnson, Duncan Jones
Produção: Ted Sarandos
Fotografia: Gary Shaw
Trilha Sonora: Clint Mansell
Montador: Barrett Heathcote, Laura Jennings
Distribuidora: Netflix
ELENCO
Laura de Boer, Grégoire Gros,Alexander Skarsgård,Seyneb Saleh,Robert Sheehan,Paul Rudd, Daniel Fathers,Nikki Lamborn,Noel Clarke,Robert Kazinsky,Gilbert Owuor,Justin Theroux, Ulf Herman,Andrzej Blumenfeld
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