PiTacO do PapO - 'Operação Red Sparrow' | 2018
NOTA 7.5
Uma Nova Dobradinha de Lawrence.
Por Vinícius Martins @cinemarcante
Pode parecer, a princípio, que ‘Operação Red Sparrow’, novo filme de Francis Lawrence protagonizado por Jeniffer Lawrence (não, eles não são parentes), seja um filme de ação. Um engano comum, dada a massiva campanha de marketing do filme ao tentar vendê-lo como um ‘Atômica’ para o ano de 2018. O gênero do filme é mais focado no suspense político do que nas sequências de luta, repletas de boas coreografias como vimos em 2017 no filme protagonizado por Charlize Theron. Podemos dizer que alguns elementos estão presentes, sim, mas não o bastante para igualá-los. ‘OperaçãoJack Red Sparrow’ é uma mescla de ‘Atômica’ com ‘Kingsman: Serviço Secreto’ (2014) e a trilogia Ocean’s (‘Onze Homens e um Segredo’, ‘Doze Homens e Outro Segredo’, ‘Treze Homens e um Novo Segredo’- 2001 a 2007), de Steven Soderbergh. O roteiro de Justin Haythe, baseado na obra literária de Jason Matthews, parece filtrar o que há de mais memorável nessas outras produções e recicla ideias e conceitos já vistos e explorados em outros longas de espionagem, como a cinessérie 'Bourne', por exemplo.
Lawrence e Lawrence reafirmam aqui sua boa capacidade de entendimento entre diretor e atriz, como visto nos filmes da franquia ‘Jogos Vorazes’ (2012-2015) à partir do segundo filme, ‘Em Chamas’, quando Francis Lawrence assumiu a direção. Entretanto, apesar da evidente boa interação entre a jovem vencedora do Oscar e do já experiente diretor de adaptações literárias (‘Eu Sou a Lenda’ - 2007 e ‘Água Para Elefantes’ -2011 também são trabalhos dele), a impressão que fica para o público agora é que nas entrelinhas há um aspecto político obsceno e vulgar, sem ser necessariamente sexy ou ofensivo. A única coisa que pode ser tida como ofensiva de fato – o que não a torna uma irrealidade – é a objetificação do corpo da protagonista. Essa “arma”, por ser demasiado explorada, por várias vezes parece ser a única que é de fato usada pela mocinha recém inserida no submundo das conspirações. Sua verdadeira arma, como vamos percebendo com a chegada do final do filme, é a inteligência; mas pode ser que nem todos consigam perceber isso.
A boa condução das cenas e a trilha sempre bem aplicada de James Newton Howard (que também trabalhou na franquia Jogos Vorazes) são, provavelmente, o que torna o filme memorável em um nível além da lembrança de ser apenas “aquele em que a Jennifer Lawrence aparece pelada”. O roteiro tem boas reviravoltas, e a protagonista tem algumas atitudes que surpreendem, mas a trama é das mais básicas e previsíveis velhas conhecidas de quem frequenta os cinemas. Pode ser que, para quem não acompanha suspenses policiais, o plot-twist torne o filme digno de uma nota 10; entretanto, para quem já viu esse tipo de coisa acontecer nos filmes de Soderbergh, Tony Scott e alguns do Neil Burger não haverá de se surpreender à ponto de achá-lo tão fantástico assim.
A trama política e seu elenco de apoio são bem competentes. Jeremy Irons e Ciarán Hinds retornam às telas após ‘Liga da Justiça’ e dão os ares de suas graças, assim como Joel Edgerton, Mary Louise Parker, a sempre brilhante Charlotte Rampling e Matthias Schoenaerts, que é a cara do Vladimir Putin. E entre peitos, sessões de tortura e uma transa absurdamente rápida, ‘Operação Red Sparrow’ se faz mais um dentre tantos. Uma pena, já que prometia ser o começo de uma excelente franquia feminina de espionagem. Deixemos o tempo dizer se ele irá vingar.
Vale Ver !
Uma Nova Dobradinha de Lawrence.
Por Vinícius Martins @cinemarcante
Pode parecer, a princípio, que ‘Operação Red Sparrow’, novo filme de Francis Lawrence protagonizado por Jeniffer Lawrence (não, eles não são parentes), seja um filme de ação. Um engano comum, dada a massiva campanha de marketing do filme ao tentar vendê-lo como um ‘Atômica’ para o ano de 2018. O gênero do filme é mais focado no suspense político do que nas sequências de luta, repletas de boas coreografias como vimos em 2017 no filme protagonizado por Charlize Theron. Podemos dizer que alguns elementos estão presentes, sim, mas não o bastante para igualá-los. ‘Operação
Lawrence e Lawrence reafirmam aqui sua boa capacidade de entendimento entre diretor e atriz, como visto nos filmes da franquia ‘Jogos Vorazes’ (2012-2015) à partir do segundo filme, ‘Em Chamas’, quando Francis Lawrence assumiu a direção. Entretanto, apesar da evidente boa interação entre a jovem vencedora do Oscar e do já experiente diretor de adaptações literárias (‘Eu Sou a Lenda’ - 2007 e ‘Água Para Elefantes’ -2011 também são trabalhos dele), a impressão que fica para o público agora é que nas entrelinhas há um aspecto político obsceno e vulgar, sem ser necessariamente sexy ou ofensivo. A única coisa que pode ser tida como ofensiva de fato – o que não a torna uma irrealidade – é a objetificação do corpo da protagonista. Essa “arma”, por ser demasiado explorada, por várias vezes parece ser a única que é de fato usada pela mocinha recém inserida no submundo das conspirações. Sua verdadeira arma, como vamos percebendo com a chegada do final do filme, é a inteligência; mas pode ser que nem todos consigam perceber isso.
A boa condução das cenas e a trilha sempre bem aplicada de James Newton Howard (que também trabalhou na franquia Jogos Vorazes) são, provavelmente, o que torna o filme memorável em um nível além da lembrança de ser apenas “aquele em que a Jennifer Lawrence aparece pelada”. O roteiro tem boas reviravoltas, e a protagonista tem algumas atitudes que surpreendem, mas a trama é das mais básicas e previsíveis velhas conhecidas de quem frequenta os cinemas. Pode ser que, para quem não acompanha suspenses policiais, o plot-twist torne o filme digno de uma nota 10; entretanto, para quem já viu esse tipo de coisa acontecer nos filmes de Soderbergh, Tony Scott e alguns do Neil Burger não haverá de se surpreender à ponto de achá-lo tão fantástico assim.
A trama política e seu elenco de apoio são bem competentes. Jeremy Irons e Ciarán Hinds retornam às telas após ‘Liga da Justiça’ e dão os ares de suas graças, assim como Joel Edgerton, Mary Louise Parker, a sempre brilhante Charlotte Rampling e Matthias Schoenaerts, que é a cara do Vladimir Putin. E entre peitos, sessões de tortura e uma transa absurdamente rápida, ‘Operação Red Sparrow’ se faz mais um dentre tantos. Uma pena, já que prometia ser o começo de uma excelente franquia feminina de espionagem. Deixemos o tempo dizer se ele irá vingar.
Vale Ver !
DIREÇÃO
- Francis Lawrence
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Justin Haythe
Produção: David Ready, Jenno Topping, Peter Chernin, Steven Zaillian
Fotografia: Jo Willems
Trilha Sonora: James Newton Howard
Estúdio: Chernin Entertainment, Film Rites, Soundtrack New York
Montador: Alan Edward Bell
Distribuidora: Fox Film do Brasil
ELENCO
Attila C. Arpa, Bernardo Santos, Charlotte Rampling, Ciarán Hinds, Deborah Rock, Douglas Hodge, Emily Ng, Francis Lawrence, Jeremy Irons, Joel de la Fuente, Joel Edgerton, Joely Richardson, Julia Ubrankovics, Karen Gagnon, Kincso Norah Petho, Kristof Konrad, Lauren Glazier, Mary-Louise Parker, Matthias Schoenaerts, Nicole O'Neill, Sakina Jaffrey, Sasha Frolova, Sergei Polunin, Sergej Onopko, Thekla Reuten
Deixe seu Comentário: