PiTacO do PapO - 'A Memória de Um Assassino' | 2017
NOTA 9.0
Por Rogério Machado
Anotem aí: o cinema asiático vai dominar o mundo! Bem, se não o mundo inteiro, pelo menos uma parte dele.
Raramente nós ocidentais temos o hábito de darmos chance ao que os orientais fazem em se tratando de dramaturgia, mas em função disso, perdemos inúmeras possibilidades de histórias criativas, bem boladas , originais e que muitas vezes são replicadas por Hollywood tempos depois. Estão aí vários exemplos dentro do cinema de horror que não me deixam mentir.
'Memoir of a Murderer' (ou em português claro, 'A Memória de Um Assassino') é mais uma gratíssima surpresa saída do Festival de Londres no ano passado que me conquistou ainda na sinopse. O longa, um thriller engenhoso, é mais uma daquelas produções que torna difícil o ato de desviar o olhar da tela- a história irremediavelmente nos puxa para dentro dela.
Na trama, Byung-su (Kyung-gu Sol) foi um serial-killer no passado, mas nos últimos anos vem sofrendo do mal de Alzheimer. Ele vive com sua filha, Eun-hee (Seol-Hyun Kim), que faz o possível pelo bem-estar de seu pai. Certo dia, Byung-su se lembra que um homem com quem se envolveu em um acidente de trânsito também é um assassino. O problema é que este homem, chamado Tae-ju (Nan-gil Kin), começa a namorar sua filha. Temendo que o pior aconteça, Byung-su planeja matar o sujeito, mas antes precisará lutar para não ser traído por sua própria mente.
A mistura de elementos como assassinato x distúrbios de memória já rendeu muitas produções significativas para o gênero em questão, e o filme do diretor Shin-yeon Won vai mais longe também oferecendo um drama com substância e que acaba se tornando uma alavanca imprescindível para o bom andamento da história: Byung-su, o protagonista, teve uma infância sofrida que o levou a cometer o primeiro assassinato de sua vida quando ainda era bem jovem, de lá pra cá, matar se tornou algo fácil uma vez que ele entendia aquilo como uma limpeza: só os maus deveriam morrer pelas mãos de outro, tal qual como um justiceiro. O primeiro drama logo é precedido de outro, como por exemplo a perda da memória desencadeado por conta de um acidente - o mote definitivo para o suspense ganhar ares ainda mais aflitivos.
Pela estrutura narrativa, fica difícil chamarmos o suspense de previsível. O filme é daquelas tramas que distribuem pistas aleatórias e que levantam dúvidas a todo tempo sobre quem fala ou não a verdade. Um tipo de produção que anda escassa no mercado, que tanto funciona como entretenimento puro e simples como também pode ser dramaturgia de profundidade, feitos esses que felizmente se repetem com frequência dentro do cinema asiático. A indústria do cinema ainda tem muito o que aprender com nossos amigos de olhos puxados.
Super Vale Ver !
Por Rogério Machado
Anotem aí: o cinema asiático vai dominar o mundo! Bem, se não o mundo inteiro, pelo menos uma parte dele.
Raramente nós ocidentais temos o hábito de darmos chance ao que os orientais fazem em se tratando de dramaturgia, mas em função disso, perdemos inúmeras possibilidades de histórias criativas, bem boladas , originais e que muitas vezes são replicadas por Hollywood tempos depois. Estão aí vários exemplos dentro do cinema de horror que não me deixam mentir.
'Memoir of a Murderer' (ou em português claro, 'A Memória de Um Assassino') é mais uma gratíssima surpresa saída do Festival de Londres no ano passado que me conquistou ainda na sinopse. O longa, um thriller engenhoso, é mais uma daquelas produções que torna difícil o ato de desviar o olhar da tela- a história irremediavelmente nos puxa para dentro dela.
Na trama, Byung-su (Kyung-gu Sol) foi um serial-killer no passado, mas nos últimos anos vem sofrendo do mal de Alzheimer. Ele vive com sua filha, Eun-hee (Seol-Hyun Kim), que faz o possível pelo bem-estar de seu pai. Certo dia, Byung-su se lembra que um homem com quem se envolveu em um acidente de trânsito também é um assassino. O problema é que este homem, chamado Tae-ju (Nan-gil Kin), começa a namorar sua filha. Temendo que o pior aconteça, Byung-su planeja matar o sujeito, mas antes precisará lutar para não ser traído por sua própria mente.
A mistura de elementos como assassinato x distúrbios de memória já rendeu muitas produções significativas para o gênero em questão, e o filme do diretor Shin-yeon Won vai mais longe também oferecendo um drama com substância e que acaba se tornando uma alavanca imprescindível para o bom andamento da história: Byung-su, o protagonista, teve uma infância sofrida que o levou a cometer o primeiro assassinato de sua vida quando ainda era bem jovem, de lá pra cá, matar se tornou algo fácil uma vez que ele entendia aquilo como uma limpeza: só os maus deveriam morrer pelas mãos de outro, tal qual como um justiceiro. O primeiro drama logo é precedido de outro, como por exemplo a perda da memória desencadeado por conta de um acidente - o mote definitivo para o suspense ganhar ares ainda mais aflitivos.
Pela estrutura narrativa, fica difícil chamarmos o suspense de previsível. O filme é daquelas tramas que distribuem pistas aleatórias e que levantam dúvidas a todo tempo sobre quem fala ou não a verdade. Um tipo de produção que anda escassa no mercado, que tanto funciona como entretenimento puro e simples como também pode ser dramaturgia de profundidade, feitos esses que felizmente se repetem com frequência dentro do cinema asiático. A indústria do cinema ainda tem muito o que aprender com nossos amigos de olhos puxados.
Super Vale Ver !
DIREÇÃO
- Shin-yeon Won
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Jo-yun Hwang, Young-ha Kim
Distribuição: Show Box
elenco
Kyung-gu Sol, Nam-gil Kim, Seol-Hyun Kim,Dal-su Oh, Hae-yeon Kil, Byung-joon Lee, In-Gum Jung, Shin Rin-Ah, Ki-jun Shin, Choi Yoo-Song
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