Livro Vs. Filme : 'Harry Potter e a Pedra Filosofal'
Por VinÃcius Martins @cinemarcante
Quando Joanne Rowling lançou seu primeiro livro, em 1997, não seria capaz de sequer imaginar o tamanho do sucesso que aquela pequena obra faria. A saga do menino órfão herdeiro de um nome poderoso e da singular capacidade de derrotar o maior propagador do mal em seu mundo é uma das mais famosas e lucrativas da história; e hoje vamos começar a série de comparações de cada um dos seus sete livros.
Quando Joanne Rowling lançou seu primeiro livro, em 1997, não seria capaz de sequer imaginar o tamanho do sucesso que aquela pequena obra faria. A saga do menino órfão herdeiro de um nome poderoso e da singular capacidade de derrotar o maior propagador do mal em seu mundo é uma das mais famosas e lucrativas da história; e hoje vamos começar a série de comparações de cada um dos seus sete livros.
Livro: Harry Potter e a Pedra Filosofal, escrito por J. K. Rowling
Filme: Harry Potter e a Pedra Filosofal, dirigido por Chris Columbus
A adaptação do primeiro livro de Harry Potter é boa e bastante fiel ao livro. À exceção de detalhes, ela consegue se manter leal em sua proposta de transmitir o espÃrito do livro para as telas. ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’ não é o melhor livro da série, e nem tampouco o melhor filme. Os efeitos, quando revistos hoje em dia, parecem inferiores aos de ‘Jurassic Park’ e aos clássicos de ‘Star Wars’. Justificável pelo ano do filme? Não. Justificável então pelo orçamento, que limitava o investimento em efeitos visuais? Talvez, mas provavelmente também não.
A adaptação do primeiro livro de Harry Potter é boa e bastante fiel ao livro. À exceção de detalhes, ela consegue se manter leal em sua proposta de transmitir o espÃrito do livro para as telas. ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’ não é o melhor livro da série, e nem tampouco o melhor filme. Os efeitos, quando revistos hoje em dia, parecem inferiores aos de ‘Jurassic Park’ e aos clássicos de ‘Star Wars’. Justificável pelo ano do filme? Não. Justificável então pelo orçamento, que limitava o investimento em efeitos visuais? Talvez, mas provavelmente também não.
Cenas como aquela em que Neville Longbottom monta a vassoura pela primeira vez tem a mesma qualidade que os storyboards de ‘Vingadores: Guerra Infinita’, enquanto os efeitos dos filmes anteriormente citados, dirigidos por Steven Spielberg e George Lucas, ainda são estudados e imitados. Claro, parece covardia querer comparar os efeitos de um filme de 2001 com os do último filme da franquia, ‘Harry Potter e as RelÃquias da Morte’, lançado em 2011. Uma década de evolução e investimento a mais tinham mesmo que surtir algum resultado. Mas sejamos francos, aquela cena ficou aquém.
Voltando aos pontos comparativos da adaptação, os cortes no roteiro trouxeram um furo temporal na narrativa. Harry faz aniversário em 31 de Julho e embarca na plataforma 9 ¾ (Nove e meia, no livro) no dia 01 de Setembro. No livro, Harry volta para a casa dos tios após o passeio com Hagrid pelo Beco Diagonal e espera por sua ida a Hogwarts ansiosamente. No filme, por outro lado, as coisas acontecem literalmente da noite para o dia - a saÃda de Harry da casa dos tios na ilha, a passagem por Gringots e pelo Beco Diagonal, e o embarque na estação King’s Cross rumo ao mundo bruxo.
Voltando aos pontos comparativos da adaptação, os cortes no roteiro trouxeram um furo temporal na narrativa. Harry faz aniversário em 31 de Julho e embarca na plataforma 9 ¾ (Nove e meia, no livro) no dia 01 de Setembro. No livro, Harry volta para a casa dos tios após o passeio com Hagrid pelo Beco Diagonal e espera por sua ida a Hogwarts ansiosamente. No filme, por outro lado, as coisas acontecem literalmente da noite para o dia - a saÃda de Harry da casa dos tios na ilha, a passagem por Gringots e pelo Beco Diagonal, e o embarque na estação King’s Cross rumo ao mundo bruxo.
Algumas cenas legais ficaram de fora do filme, como por exemplo a rotina de Walter Dursley no dia anterior a que Harry foi deixado à sua porta, a entrega de Norberto aos amigos de Carlinhos na torre de astronomia, e Snape apitando uma partida de quadribol. Já outras partes foram reduzidas ou simplificadas, tais como os desafios que faltaram na busca pela Pedra Filosofal (as provas de Snape e Quirrell não foram para o cinema), e a cena em que os quatro amigos (no filme são três, pois Neville ficou de fora) conhecem Fofo, o cão de três cabeças que guarda o alçapão do corredor do terceiro andar. A edição definitiva em Blu-ray traz algumas cenas adicionais bem bacanas, mas nenhum acréscimo nesse sentido.
A caracterização dos personagens é algo notável. Se o filme peca em algumas de suas cenas pela falta de capricho nos efeitos, ele acerta nos figurinos e nas feições dos intérpretes. Faltou, obviamente, o nariz muito torto de Dumbledore e o acerto na cor dos olhos de Harry, que são constantemente citados em toda a série por ele ter os olhos de Lilian, sua mãe. Deixando de lado os olhos que deveriam ser verdes, é elogiável que os cenários convençam e consigam transmitir toda a aura de misticismo que ronda a escola de magia e bruxaria, mas é justo observar um ponto negativo: faltou um planejamento para o futuro. O primeiro livro descreve com qualidade os lugares por onde Harry passa, mas os seguintes acrescentam uma riqueza de detalhes que muda completamente o modo superficial como esses pontos são inicialmente mostrados. Em resultado disso, há um destoar entre os cenários desse filme para com os seguintes. A mudança mais gritante está em ‘Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban’, onde vemos uma mudança completa no corpo cenográfico. A cabana de Hagrid e a floresta proibida sofrem mudanças bruscas entre o primeiro e o terceiro filme, e se os produtores (em especial David Heyman, que produziu todos os filmes da saga) tivessem dado mais atenção a esses detalhes, teria sido ainda melhor; afinal, quando o primeiro filme foi feito, o quarto livro já era publicado.
A caracterização dos personagens é algo notável. Se o filme peca em algumas de suas cenas pela falta de capricho nos efeitos, ele acerta nos figurinos e nas feições dos intérpretes. Faltou, obviamente, o nariz muito torto de Dumbledore e o acerto na cor dos olhos de Harry, que são constantemente citados em toda a série por ele ter os olhos de Lilian, sua mãe. Deixando de lado os olhos que deveriam ser verdes, é elogiável que os cenários convençam e consigam transmitir toda a aura de misticismo que ronda a escola de magia e bruxaria, mas é justo observar um ponto negativo: faltou um planejamento para o futuro. O primeiro livro descreve com qualidade os lugares por onde Harry passa, mas os seguintes acrescentam uma riqueza de detalhes que muda completamente o modo superficial como esses pontos são inicialmente mostrados. Em resultado disso, há um destoar entre os cenários desse filme para com os seguintes. A mudança mais gritante está em ‘Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban’, onde vemos uma mudança completa no corpo cenográfico. A cabana de Hagrid e a floresta proibida sofrem mudanças bruscas entre o primeiro e o terceiro filme, e se os produtores (em especial David Heyman, que produziu todos os filmes da saga) tivessem dado mais atenção a esses detalhes, teria sido ainda melhor; afinal, quando o primeiro filme foi feito, o quarto livro já era publicado.
Harry Potter encantou uma geração e continua fazendo fãs mundo afora. Em breve continuaremos nossa avaliação dos livros de Rowling e falaremos também de outros sucessos da autora!
'Papo de Cinemateca - Muito Cinema pra Todo Mundo'
Deixe seu Comentário: