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PiTacO do PapO - 'Eu só Posso Imaginar' | 2018

NOTA 8.5

Por Rogério Machado

'A dor traz inspiração. O perdão traz redenção...'


Dentre os bons sentimentos e as mensagens edificantes de 'Eu só Posso Imaginar', que chegou aos cinemas essa semana, essas são as que dão cor e forma para o longa dirigido pelos irmãos Irwin (Talento e Fé - 2015). O hit cristão que dá nome ao filme, é 'I Can Only Imagine',que foi lançado há quase duas décadas pela banda americana MercyMe e tornou-se um dos hinos da música cristã contemporânea. Composta por Bart Millard, a canção ganhou destaque nas paradas americanas, tocou incessantemente em rádios seculares e conquistou fãs ao redor do mundo. Por trás do sucesso da letra, há um drama familiar que inspirou a música. 

A narrativa  acompanha a história de real de Millard (J. Michael Finley, excelente no papel), o vocalista da banda formada por amigos. O rapaz tem um relacionamento conturbado com seu pai, Arthur (Dennis Quaid), um cara bronco e seco que nunca o entendeu e apoiou em nada, muito menos sua paixão pela música.  Nesse meio tempo, foi descoberto, formou sua banda e foi pra longe de seu pai.Conseguindo forças através de Deus, Bart , já adulto ,depois de muito tempo sem ver o pai, sentiu que precisava voltar para acertar as contas com o passado, e é aí que surge um momento especial em sua vida: a inspiração do alto pra eternizar sua relação em uma canção, aquela que cravou o nome da banda entre as maiores do mercado gospel.


A história de Millard não é exatamente um drama incomum ou que merecesse uma cinebiografia por ser extraordinária - histórias como essa vemos todos os dias. Mas o filme ganha por fazer conhecida essa história que servirá de inspiração para milhares de pessoas. A diferença é que dentre tantos exemplares do gênero que tem aparecido com certa frequência nas telonas, é que o roteiro foge da mediocridade apostando num drama que não se apoia em detalhar os conflitos ou ilustrar com exatidão todos os infortúnios do protagonista: a trama foca nos fins e não nos meios que o levaram à essa redenção e na reconciliação com seu pai. Não sabemos tampouco o que culminou no seu abandono pela mãe, muito embora pressupomos que tenha sido algum ato violento do progenitor. São nesses pequenos detalhes que o filme ganha vários pontos.

Outro grande acerto no roteiro, é dar atenção a parte musical dentro do drama- afinal de contas estamos falando também da história de uma banda. Pessoalmente, isso foi o que mais me chamou atenção no filme:  venho de lar evangélico e em determinado período consumi muita música gospel. Não era pra menos que a trilha me fosse familiar, que é recheada de grandes clássicos da música cristã, como 'Amazing Grace', - que aparece durante uma das sequências mais bonitas do longa -, ou o pop dançante de Steven Curtis Champman. Amy Grant, uma das maiores referências do gospel americano, tem inclusive efetiva participação na história da canção e da banda - essa inclusive representada com incrível semelhança física pela atriz. Michael W. Smith, (que é tipo o Michael Jackson do gospel) também se faz presente. Sendo assim, a parte que ambienta o metiê da música cristã nos E.U.A é inquestionável por quem conhece um pouco do gênero. A sensação desse  revival não só tem valor sentimental como também é empolgante.

Porém, contudo, todavia, o que conta mesmo é a mensagem e o testemunho de fé sem apelar pra sentimentalismos. As emoções estão presentes mas a narrativa não se apoia nelas pra conquistar o público. Por se tratar de uma temática cristã, é sentida a falta de um discurso mais enfático. É certo que ele se faz presente nas canções, mas seria mais interessante mostrar o lado religioso de forma mais natural e deixar que o público reagisse aos efeitos da fé gerada nos personagens durante todo aquele processo. De toda forma, o resultado é num todo inspirador - histórias de reconciliação sempre haverão de ter esse poder. 


Vale Ver !

DIREÇÃO

  • Andrew Erwin, Jon Erwin

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: Alex Cramer, Brent McCorkle, Jon Erwin
Produção: Bill Heavener, Brent Ryan Green, Cindy Bond, Daryl C. Lefever, Joe Knopp, Josh Walsh, Kevin Downes, Mickey Liddell, Pete Shilaimon
Fotografia: Kristopher Kimlin
Trilha Sonora: Brent McCorkle
Estúdio: City on a Hill Productions, Imagine Rights, LLC, Kevin Downes Productions, LD Entertainment, Mission Pictures International, Toy Gun Films
Montador: Andrew Erwin, Brent McCorkle
Distribuidora: Paris

ELENCO

Alexander Dominguez, Bill 'Bubba' Bussey Jr., Brody Rose, Charles Day, Chris Crosswhite, Dennis Quaid, Erik Ashlock, Gina D. Brewer, J. Michael Finley, J.R. Cacia, Jason Burkey, Joy Brewer, Kelli Caldwell, Kevin Downes, Madeline Carroll, Nicole DuPort, O'Shay Brooks, Rick Burgess, Rob Dempsey, Taegen Burns, Tanya Clarke, Trace Adkins

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