PiTacO do PapO - 'Todo Dia' | 2018
NOTA 8.5
Por Rogério Machado
E se você pudesse viver várias vidas em uma só vida? Isso mesmo, 365 pessoas diferentes em um ano. Não importa se branco, preto, homem, mulher. Há somente um parâmetro: ter a mesma faixa etária. Esse é o mote do longa baseado no aclamado best-seller do The New York Times de David Levithan. 'Todo Dia' (ou 'Every Day' no original), tem a direção de Michael Sucsy, que não aparecia nas telonas desde 'Para Sempre' (2012), comédia romântica estrelada por Rachel McAdams e Channing Tatum.
Nessa inusitada história, não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, todo dia, "A" acorda em um corpo diferente. Mesmo que só por um dia, ele deve se adaptar ao novo corpo. Depois de 16 anos vivendo assim, "A" já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver com outras pessoas. Até que em uma manhã acorda no corpo de Justin (Justice Smith) e conhece sua namorada, Rhiannon (Angourie Rice). A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, "A" e Rhiannon precisam questionar tudo em nome desse amor.
Apesar de lançar mão de estética e também de personagens juvenis e enveredar seu roteiro para uma paixão entre dois adolescentes (ao que tudo indica "A" também é um), o filme tem potencial para uma profunda reflexão sobre escolhas e caminhos, sobre ver o mundo de forma diferente e se abrir pro novo... sobre rever conceitos e atitudes. A visão equivocada da personagem protagonista sobre o relacionamento dos pais (um drama que serve de pano de fundo para a história) e até o modo como Rhiannon se enxergava, iria mudar depois dessa experiência inexplicável, e porque não dizer, sobrenatural.
Muito embora esse lado fantasioso repercuta numa mensagem grandiosa, - que diz que é essencial amar sem rótulos, - na prática creio que o filme perca em relação ao livro (muito embora não tenho lido): é interessante o modo como "A" se reconhece em seu novo corpo para as próximas 24 horas, mas numa obra literária, é certo que alguns aspectos (além da atitude de olhar as mãos e se ver no espelho) seriam melhor detalhados. A riqueza de particularidades haveria de fazer muito bem à narrativa, mas sabemos que por muitas vezes, detalhes têm melhor sorte quando escritos, e não colocados em imagens.
Contudo, não dá pra desprezar a boa condução de Sucsy, e o casting, que mesmo numa obra com tantos atores, cumprem com êxito suas breves participações na história da protagonista - essa, dona de um carisma Ãmpar dentro da empreitada.
Muito embora esse lado fantasioso repercuta numa mensagem grandiosa, - que diz que é essencial amar sem rótulos, - na prática creio que o filme perca em relação ao livro (muito embora não tenho lido): é interessante o modo como "A" se reconhece em seu novo corpo para as próximas 24 horas, mas numa obra literária, é certo que alguns aspectos (além da atitude de olhar as mãos e se ver no espelho) seriam melhor detalhados. A riqueza de particularidades haveria de fazer muito bem à narrativa, mas sabemos que por muitas vezes, detalhes têm melhor sorte quando escritos, e não colocados em imagens.
Contudo, não dá pra desprezar a boa condução de Sucsy, e o casting, que mesmo numa obra com tantos atores, cumprem com êxito suas breves participações na história da protagonista - essa, dona de um carisma Ãmpar dentro da empreitada.
DIREÇÃO
- Michael Sucsy
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: David Levithan, Jesse Andrews
Produção: Anthony Bregman, Christian Grass, Ethan Lazar, Paul Trijbits, Peter Cron
Fotografia: Rogier Stoffers
Trilha Sonora: Elliott Wheeler
Estúdio: FilmWave, Likely Story, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Silver Reel
Montador: Kathryn Himoff
Distribuidora: Paris Filmes
ELENCO
Amanda Arcuri, Angourie Rice, Charles Vandervaart, Colin Ford, Debby Ryan, Hannah Alissa Richardson, Jacob Batalon, Jake Sim, Jeni Ross, Justice Smith, Karena Evans, Katie Douglas, Keana Bastidas, Lucas Jade Zumann, Maria Bello, Martin Roach, Michael Cram, Nicole Law, Owen Teague, Rory McDonald, Sean Jones
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