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PiTacO do PapO - 'Distúrbio' | 2018

NOTA 8.0

Por Karina Massud @cinemassud 


Nossa mente é uma caixinha de surpresas, boas ou ruins, ela pode criar a partir de experiências vividas ou de pensamentos, tanto um paraíso quanto um inferno em nossas vidas.

O novo filme do diretor Steven Soderbergh é um suspense psicológico que não é original no roteiro: mulher sã internada/presa contra sua vontade em uma instituição psiquiátrica  (o popular “hospício” antes do politicamente correto assolar o universo), mas sem dúvida inova na forma em que foi feito - a produção é assumidamente um filme B filmado totalmente  com iPhones 7, o que em muitos trechos torna tudo claustrofóbico, pois o diretor abusa  de closes super próximos dos rostos (como se o próprio personagem estivesse gravando a cena) e enquadramento não muito convencional.


Claire Foy (conhecida do grande público pelo papel da jovem Rainha Elizabeth II na série “The Crown”) está formidável como Sawyer Valentini, uma mulher meio misteriosa recém-chegada a uma nova cidade e emprego. Tudo parece inóspito, seus colegas de trabalho, o cubículo onde fica sua mesa e seu chefe que insinua um teste do sofá pra que ela suba na empresa. Ela vai a um bar, conhece um homem e o leva pro seu apartamento, “...vamos manter o anonimato, amanhã fingimos que nunca nos encontramos...”; mas então ela surta e se tranca no banheiro pra tomar alguns comprimidos que não sabemos pra que servem. Deduzimos: essa mulher é louca. Mas...nem tudo é o que parece ser.

Sawyer vai então a uma consulta de rotina com uma psiquiatra, que insinua ser ela uma suicida que precisa ficar internada. Através de flashbacks rápidos e ambíguos sabemos que ela foi perseguida por um maluco obcecado, e que por conta dessa ameaça teve que mudar de vida. Só que o perigo parece segui-la pra onde quer que vá.

Até certo ponto da trama o espectador tem certeza que tudo se trata de uma grande paranoia da cabeça da protagonista, porque um paciente mentalmente são pode sim enlouquecer convivendo com outros desequilibrados e tomando psicotrópicos indiscriminadamente. Realidade e loucura se fundem com perfeição. Nas primeiras cenas a trama se desenrola de maneira morna e parece que não vai surpreender. Mas o clima vai ficando cada vez mais tenso e desesperador na segunda metade, quando a verdade vem à tona e o terror se instala, atingindo o auge com as cenas na solitária acolchoada. Ninguém sai ileso.

O filme termina, mas o pesadelo e as dúvidas continuam.


Vale Ver !


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