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PiTacO do PapO - 'Mamma Mia 2, uma década depois...'

NOTA 9.0

Por Rogério Machado


Me lembro bem do dia em que vibrei na estreia de 'Mamma Mia', em setembro de 2008, no cinema de um shopping quando ainda morava em Minas. É incrível o que uma década pode fazer na vida da gente, - não sei dizer se estou melhor ou pior do que há dez anos... O corpo muda um pouco, a mente talvez mais, mas ver o elenco original do filme com roteiro construído totalmente em cima da obra do icônico grupo ABBA (não consigo digitar com letra minúscula e faria tudo por um 'B' ao contrário agora) de volta, é como se eu estivesse exatamente como há uma década:  ainda recém saído da casa de meus pais e assumindo minha própria vida em uma cidade que não era minha terra natal. A sensação era de liberdade e medo, coincidentemente, características que noto na protagonista Donna, que saiu de seu país e foi morar na Grécia porque achava que lá era seu lugar.  


A continuação se dá nos anos 70, mostrando o passado  da jovem Donna (Lily James) que viveu muitas aventuras com seu grupo musical Donna & The Dynamo, em parceria com suas amigas Tanya (Jessica Keenan Wynn) e Rosie (Alexa Davies). Porém, mais do que isso, Donna se apaixonou e viveu relacionamentos intensos com três homens diferentes: Harry (Hugh Skinner), Sam (Jeremy Irvine) e Bill (Josh Dylan). Voltando ao presente, Sophie (Amanda Seyfried) está as voltas com a reinauguração do hotel 'Bella Donna',em homenagem a sua mãe , além de estar em um momento especial: a primeira gravidez, onde ela busca se inspirar através das memórias que tem com ela.

Essa memória afetiva de Sophie com  o passado de sua mãe, é o fio condutor de toda a trama que reserva novas canções não vistas no longa anterior como as já conhecidas 'Mamma Mia' e 'Dancing Queen' (essa última ganhou uma sequência grandiosa, digna do maior hit da banda). Essa ligação de passado e presente, pelo menos pra mim, foi a grande sacada: a conexão do ontem e hoje resulta em uma narrativa que não só nos situa dentro da história de cada personagem, como aumenta nosso carinho por cada um deles. 


Mas se engana quem acha que nada de novo podia surgir numa história tão bem amarrada e que faz ligação direta com o primeiro filme: o tom de novidade aqui, fica por conta de Ruby (Cher), a mãe sempre ausente de Donna que aparece inesperadamente para surpresa de Sophie (essa também acostumada com a ausência da avó). Cher, como estrela de primeira grandeza que é, deixa sua marca com a antológica 'Fernando', num dueto com Andy Garcia (um dos momentos mais belos e emblemáticos durante a projeção). Entre todas as novidades preciso também dizer que o 'trio Dynamo' jovem, em nada deixa a desejar em relação às performances das veteranas Meryl Streep, Julie Walters e Christine Baranski -  existe uma ligação quase cósmica entre as atrizes mais jovens com as da produção anterior, passando também pelo timbre de voz e postura em cena.

Na parte final, nada mais original e coerente do que juntar passado e presente,  numa sequência que também ficará marcada como um dos momentos mais emocionantes, mesmo levando em consideração o primeiro longa. Com direito ao retorno de todo o elenco do primeiro filme (inclusive a diva das galáxias, Meryl Streep) 'Mamma Mia! Lá Vamos nós de Novo', além de levar toda a alegria das canções do ABBA, exalta a maternidade e toda delicadeza desse momento, o que se conecta ainda mais fortemente (seja coincidência ou não) com seu título. 

Eu não sei o que estarei fazendo nos próximos dez anos, mas se ainda estiver por aqui e existir um terceiro filme que demore mais uma década para acontecer, eu quero estar lá pra ver. 


Super Vale Ver !










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