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PiTacO do PapO - 'Hotel Artemis' | 2018

NOTA 8.7

Por Rogério Machado


Ainda outro dia lia a crítica de um companheiro que dizia sobre a crise de originalidade em Hollywood, de como algumas produções nitidamente bebem de diversas fontes para no final tentar apresentar algo novo ao público. Algumas delas conseguem obter êxito usando de referências, outras não, mas felizmente algumas têm, nem diria sorte, e sim a dádiva de ter presenças cênicas que extrapolam ao formato e outras minúcias meramente técnicas. Assim é 'Hotel Artemis', que ambienta sua narrativa em um futuro que habita entre o distópico e o possível (por cima, um pouco parecido com o que vimos no recente 'Blade Runner 2049'), só que mediante diversas referências cansadas, está a força de uma protagonista do nipe de Jodie Foster. 


A trama se passa num futuro próximo e apresenta o Hotel Artemis do título, um lugar secreto que funciona como hospital somente para criminosos. E é justamente para onde os protagonistas vão após realizaram um grande roubo. A 'cara' do local é a enfermeira (papel da sempre ótima Jodie Foster), há mais de vinte anos responsável por cuidar dos membros que lá chegam. Dessa vez, no entanto, o lugar enfrentará o maior problema de sua existência, já que Los Angeles, onde o belo hotel ostenta seus letreiros em neon, passa por um estado de sítio devido à crise de abastecimento de água.

A introdução não dá muito tempo para apresentar a arco de cada personagem que compõe a trama, o longa já começa bem no meio de uma ação: na verdade até mesmo após os créditos alguns deles ainda permanecem em aberto, mas poderíamos analisar o longa de estreia do diretor e roteirista Drew Pearce, de uma forma mais afetuosa, mesmo se tratando de uma história sobre violência e perdas. Cada personagem (ou quase) presente ali naquele 'hotel' tem um objetivo, que pode se apresentar obscuro, ou não, mas que se mostrará em algum momento (nem sempre por completo) ao longo da produção.

Dave Bautista (o Drax de 'Guardiões da Galáxia') é Everest, o fiel guardião do local. Sterling K, Brown é Waikiki, um ladrão que está no hospital para tentar salvar seu irmão. Sofia Boutella é Nice, uma assassina de aluguel à la femme fatale, e Jeff Goldblum é o Rei Lobo, uma espécie de chefe do crime organizado na L.A de 2028. Dou outro lado, está Foster (chamada somente de 'enfermeira') que além de cuidar dos pacientes do local, esconde um passado de dor e usa sua profissão e o exílio naquele local para fugir dele. Nesse ponto da narrativa, percebemos que o 'hotel' nada mais é do que uma alegoria (muito bem bolada por sinal) na qual a personagem de Foster se insere para dar sentido à sua vida. A força dessa personagem, impulsionada pela brilhante veterana que estava há cinco anos longe das telas, é o que a trama tem de melhor. 

'Hotel Artemis' está em cartaz nos cinemas.   

Vale Ver !


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