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PiTacO do PapO - 'No Coração da Escuridão' | 2018

NOTA 8.5

Por Rogério Machado


No livro de Hebreus versículo 11, capítulo 1 diz assim : 'Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.'  A conhecida passagem bíblica, resume, com verdade e poesia o  significado da palavra fé. 'The First Reformed' (ou na versão em português, 'No Coração da Escuridão') coloca em foco a seguinte questão: será que a fé subsistirá aos dias de hoje? 

Também na bíblia, em Matheus 24,  podemos verificar em uma profecia que 'por aumentar a maldade, o amor de muitos se esfriará..'  Essa questão também permeia a trama deixando no ar outra questão: os chamados representantes de Deus, também estariam suscetíveis à perda da fé? É certo que se falta amor, também faltará fé. 


Na história , Ethan Hawke dá vida ao Reverendo Toller,  um ex-militar capelão  que sofre pela perda do filho que ele encorajou a se alistar nas forças armadas. Um outro desafio começa quando ele faz amizade com a jovem paroquiana Mary (Amanda Seyfried) e seu marido, que é um ambientalista radical. A cada passo e envolvimento com o casal, Toller, depois de muita investigação, logo descobre segredos escondidos de sua igreja com relação a empresas inescrupulosas que só fazem mal ao meio ambiente.

Sim, o filme de Paul Schrader (de 'Gigolô Americano' - 1980),  além de questionar princípios e limites da fé do homem , nitidamente se torna um manifesto à favor do meio ambiente, uma denúncia contra órgãos e grandes empresas que colaboram com a degradação da natureza , amparados por um esquema nefasto que recebe apoio (improvável) de entidades que deveriam contribuir se opondo e apontando o erro, e não o contrário, porque na verdade se beneficiam com 'doações' ou propinas. 

O novo filme de Schrader, (que também foi roteirista de 'Taxi Driver' e 'Touro Indomável'), foi considerado a volta por cima do realizador. Sucesso no Festival de Veneza do ano passado, foi uma das produções mais elogiadas da mostra, sendo inclusive premiado. A crítica americana já o considera um dos cotados para as premiações de fim de ano, especialmente pela atuação de Ethan Hawke, que encarna seu reverendo com toda humanidade inerente à uma pessoa comum, que não está acima do bem e do mal e que está sujeito à absorver a raiva exalada pelo mundo.  O longa é questionador e faz refletir, além segurar o clima de tensão, que aos poucos vai firmando a mensagem que pretende dar. 


Vale Ver !


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