Adsense Cabeçalho

PiTacO do PapO - 'Saving Banksy' | 2018

NOTA 9.0

Por Karina Massud @cinemassud


Há algumas semanas atrás o mundo todo ficou embasbacado quando a obra de Banksy “A Menina com o Balão” se autodestruiu após ser leiloada por 1 milhão de libras em Londres. Ela foi literalmente picotada, deixando todo mundo ainda mais intrigado com o artista que é tido como o novo Andy Warhol.

Banksy é um artista de rua americano, grafiteiro dos mais valorizados, intrigantes e misteriosos da atualidade. Ninguém conhece sua identidade, identidade essa que é alvo de milhares de teorias: ele pode ser homem ou mulher, um ator, cantor ou mero anônimo, poucos sabem! Em 2010 ele fez um tour em São Francisco (como  costuma fazer em diversas cidades ao redor do mundo) enchendo os muros e paredes da cidade com suas obras. Ele obviamente não as assina, pois estaria admitindo um crime. Acontece que, de acordo com a lei em São Francisco a prefeitura notifica o dono do prédio para pintar o muro que é de sua responsabilidade, sob pena de multa. O colecionador de arte Brian Greif resolveu então salvar as obras de Banksy, removê-las e doá-las a um museu, em especial a famosa pintura do “Rato Socialista” (o rato é a marca registrada do artista), que foi a única que restou  nos muros na cidade.



O centro de “Saving Banksy” é a conservação dessa obra por Brian Greif e também a discussão sobre os limites da apropriação cultural da arte de rua, a quem ela pertence.  Um grafite seria propriedade do artista, do povo ou dos marchands que têm a obra em suas galerias? Deve-se aceitar a efemeridade da arte de rua ou deve-se conservá-la em museus e galerias?

A edição e a narrativa do documentário são ágeis e se desenrolam com depoimentos de moradores de São Francisco, de fãs, de outros artistas de rua renomados e também de comerciantes de arte. Há quem seja contra e outros a favor de tirar as obras dos muros onde foram pintadas, o próprio Banksy condenou a exposição onde “O Rato Socialista” foi exposto.

O depoimento de Ben Eine, que é também grafiteiro e amigo pessoal de Banksy (o único no documentário que conhece sua identidade, e que me deixou com a pulga atrás da orelha pois quem sabe Banksy não seria seu alter ego) , deixa tudo muito interessante pois é a única pessoa que transmite o que o artista realmente acha daquilo tudo!

O marchand  Stephan Kesler , o maior comerciante de obras de Banksy, diz o que acha sem medo de ser feliz, ele “coleta” as obras ao redor do mundo, muitas pesando quase uma tonelada, e as vende pra colecionadores milionários. Atentem pro detalhe que das obras vendidas, zero do dinheiro vai pro artista. Stephan seria o vilão do mundo dos grafiteiros, mas já que os artistas não pedem permissão pros donos dos imóveis para pintá-los, o negociante também não precisaria de autorização para retirá-las.

Em pouco mais de 60 minutos, o diretor Colin M. Day consegue deixar uma interrogação no ar e ainda mais curiosidade a respeito de Banksy. “Saving Banksy” é  fascinante e desperta o interesse em   conhecer o mundo da arte de rua e toda a polêmica em torno dos artistas transgressores e suas obras.

Super Vale Ver !



Nenhum comentário